Poluição está em “níveis alarmantes” perto do aeroporto de Lisboa

Os níveis de poluição causada pelo tráfego aéreo em Lisboa estão a aumentar e, perto do aeroporto Humberto Delgado já atingiu “níveis alarmantes”, segundo indica a associação ambientalista Zero.

A Zero explica que em causa estão as partículas ultrafinas, mil vezes mais pequenas do que a espessura de um fio de cabelo, causadas pela circulação de aviões, que são levadas e prejudicam muito a qualidade do ar que respiramos.

“Em locais muito próximos do aeroporto, como seja a Segunda Circular, mas fora da influência do tráfego rodoviário, nós registámos níveis destas partículas que são cerca de 40 vezes aquilo que é recomendável”, indica Pedro Nunes, da Zero, em entrevista à Renascença.

Após serem inaladas, estas partículas passam dos pulmões para a corrente sanguínea e espalham-se por todo o corpo. A acumulação destes poluentes no organismo leva depois ao desenvolvimento de doenças respiratórias e cardiovasculares, bem como cancro e diabetes, recorda Acácio Pires, da mesma associação, ao Expresso, assinalando que “as crianças são especialmente vulneráveis” aos efeitos das partículas ultrafinas.

De acordo com o relatório da Zero, as zonas próximas do aeroporto, principalmente a Segunda Circular, são principais focos de concentração destes poluentes. Diz a associação que as zonas mais afetadas por este tipo de poluição causada pelo tráfego aéreo são: Alvalade, Campo Grande, Cidade Universitária, Avenidas Novas, Bairro do Rego, Amoreiras e Campolide

A acrescentar ao problema, a associação recorda que estes locais já são também afetados pela poluição sonora.

Numa altura em que se discute a localização do novo aeroporto para servir a cidade de Lisboa, a Zero recomenda medidas como a instalação de um sistema de monitorização de partículas ultrafinas, a otimização de procedimentos de aterragem e descolagem das aeronaves para reduzir a poluição causada no solo, e que o atual aeroporto da Portela seja desativado no prazo de cinco anos a sete anos. A Zero considera que “um aeroporto dentro da cidade é incompatível com níveis de saúde pública aceitáveis”.

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