Poluição da água pode vir a afectar 4500 milhões de pessoas em três décadas

Uma equipa de cientistas, incluindo o português Henrique Miguel Pereira, estima que, em 2050, cerca de 4500 milhões de pessoas fiquem expostas à poluição da água. «Provar como as acções humanas causam mudanças ambientais, assim como as mudanças ambientais afectam o bem-estar humano, pode ser a base para se fazerem investimentos na natureza que beneficiem as pessoas», lê-se num artigo científico publicado esta sexta-feira na revista norte-americana “Science”, citado pelo “Público”.

De acordo com o jornal, esta equipa, liderada por Rebecca Chaplin-Kramer, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mapeou, pela primeira vez a nível global, os locais onde as populações humanas estão mais dependentes dos serviços dos ecossistemas, nomeadamente da regulação da qualidade da água, da redução dos riscos costeiros e da polinização das culturas agrícolas.

«Estes locais onde as populações humanas estão mais dependentes dos serviços dos ecossistemas incluem muitas áreas densamente povoadas em países em vias de desenvolvimento, mas, curiosamente, também nos países desenvolvidos», disse ao “Público” Henrique Miguel Pereira, um dos autores do artigo, investigador da Universidade de Halle-Wittenberg, na Alemanha, e do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto.

O cientista explica ainda que a biodiversidade está a ter «um serviço importante» nessas regiões e que «quanto mais estiver protegida em relação aos riscos
[como o costeiro] maior é o seu serviço». Significa isto que «a conservação da natureza é importante não só nas zonas mais intactas do planeta mas também nas zonas onde as pessoas vivem», salienta.






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