Polónia quer “brigada pesada” de tropas da UE perante a maior ameaça da Rússia

A Polónia apelou à criação de uma “brigada pesada” de forças de reação rápida da União Europeia que seja capaz de responder eficazmente a crises fora das fronteiras do bloco, numa altura em que crescem os receios da possibilidade de Varsóvia vir a ser atacada por Moscovo no futuro.

Em entrevista à televisão polaca ‘TVP World’, o ministro do Negócios Estrangeiros local, Radowlaw Sikorski, detalhou as prioridades de Varsóvia no que diz respeito à segurança europeia.

“Precisamos tornar as sanções mais eficazes e, como sabem, alguns Estados-membros estão a bloqueá-las ou a atrasá-las. Precisamos de dar aos países os reembolsos que lhes são devidos pelo mecanismo de paz europeu, para que possam enviar mais coisas para a Ucrânia”, salientou Sikorski, que indicou que a Polónia também precisa de se preparar “nos domínios da defesa civil e da segurança cibernética”.

“Mas também, pessoalmente, na minha função anterior no Parlamento Europeu, mas também agora, sou a favor de uma brigada pesada de capacidade de reação rápida da UE, para que não tenhamos de recorrer aos recursos do EUA para todas as emergências na nossa periferia”, indicou Sikorski, revelando que poderia incluir, por exemplo, “alguma questão de ordem inferior nos Balcãs ou no Norte de África”. “Algo que a Europa deveria ser capaz de resolver sem recorrer à NATO e aos Estados Unidos”, frisou.

No entanto, é a ameaça russa que Varsóvia mais receia. Em entrevista ao jornal ‘Bild’, o ministro recordou que “a Rússia atacou a Polónia muitas vezes nos 500 anos da nossa história”. “Mas neste cenário, a Rússia perderá, porque nós, o Ocidente, somos muito mais poderosos do que a Rússia.”

“Temos uma escolha: ou temos um exército russo derrotado fora das fronteiras da Ucrânia ou um exército russo vitorioso na fronteira com a Polónia. E o que Putin faria então seria o que Hitler fez com a Checoslováquia; ele tomaria a indústria e o povo na Ucrânia e mobilizá-los para continuar”, disse Sikorski. “É melhor deter Putin na Ucrânia, a 500 a 700 quilómetros daqui.”

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