Polícia brasileira procura envolvida em escândalo das lojas Americanas que viajou para Portugal

A Polícia Federal brasileira realiza hoje uma grande operação para capturar dois ex-diretores da rede de lojas Americanas, sendo um dos procurados a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, que viajou para Portugal segundo ‘medias’ locais.

 A ex-diretora da Americanas, que teve ordem de prisão decretada hoje pela Justiça, terá deixado o Brasil no passado dia 15 rumo a Portugal.

O outro procurado, segundo fontes oficiais, é o ex-diretor geral da Americanas, Miguel Gutiérrez, brasileiro que também tem nacionalidade espanhola e que, segundo a imprensa local, está atualmente em Madrid.

A Polícia Federal comunicou hoje que dois ex-diretores do grupo Americanas, investigados no âmbito da Operação Disclosure, foram incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol, a polícia internacional.

O escândalo eclodiu no ano passado, quando a rede de lojas Americanas anunciou que, em 2022, registou prejuízos de 12,9 mil milhões de reais (2,2 mil milhões de euros), mais 107% que em 2021.

A direção foi destituída e os novos membros admitiram, nas demonstrações financeiras, que a empresa foi alvo de “fraude sofisticada” por parte da antiga administração, com “manipulação intencional de seus controlos internos”.

A fraude nas lojas Americanas terá ascendido a cerca de 25,3 mil milhões de reais (4,36 mil milhões de euros), de acordo com a autoridade policial.

Na operação, cerca de 80 polícias federais tentaram cumprir dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores das Americanas, localizadas no Rio de Janeiro.

Além disso, a Justiça Federal brasileira determinou o sequestro de bens e valores destes ex-diretores.

Segundo as investigações, que contam com a colaboração da atual direção da Americanas, os suspeitos praticaram fraudes contabilísticas relacionadas com operações de risco sacado (operação na qual a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores através de empréstimo bancário).

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas que neste caso nunca existiram.

A investigação revelou ainda, de acordo com a polícia brasileira, fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa branqueamento de dinheiro.

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