Polémico Javier Milei celebra hoje 100º dia como presidente da Argentina: o que conseguiu?

Javier Milei tomou posse como presidente da Argentina a 10 de dezembro de 2023: o líder do partido “A Liberdade Avança”, venceu as eleições com 55,7%,e  irá governar no período de 2023 a 2027 – celebra esta terça-feira os primeiros 100 dias do seu mandato.

Logo a abrir a legislatura, Milei advertiu os argentinos que os próximos seis meses serão “duríssimos” porque “acabou o dinheiro”, obrigando o novo Governo a um “severo ajuste orçamental”, sem o qual “o país vai direto à hiperinflação”. O presidente eleito previu, pelo menos, seis meses de uma recessão combinada com alta inflação, antes de começarem a aparecer os primeiros resultados da política de choque orçamental.

 

O cerne do plano de Milei para desregulamentar a economia argentina é um megadecreto que revoga ou modifica mais de 300 normas e uma “Lei Ómnibus” que em sua versão original continha mais de 600 artigos. Mas, nos primeiros três meses, ambos os projetos sofreram reveses no Congresso, onde Milei tem minoria: a Lei “Ómnibus” fracassou em fevereiro último no debate dos deputados e o megadecreto foi rejeitado na passada quinta-feira no Senado.

Essas derrotas mostram que o presidente não conseguiu transmitir a urgência de suas reformas, justificada pela herança recebida do governo anterior. Agora o seu programa está nas mãos dos deputados, que devem revisar uma versão diluída da Lei Ómnibus e tomar a decisão final sobre o megadecreto, que permanece em vigor a menos que seja rejeitado também na Câmara Baixa.

 

Pouco depois de assumir o cargo, Milei ligou a “motosserra”: suspendeu obras públicas, não renovou contratos estatais, reduziu ministérios pela metade, liberalizou preços e contratos de arrendamento e desvalorizou o peso em mais de 50%, provocando inflação de 25,5% em dezembro, que diminuiu em fevereiro para 13%.

Com a desvalorização e o aumento de preços de 276% ao ano em fevereiro, o poder de compra dos argentinos foi destruído, principalmente o dos reformados.

A meta do presidente economista – atingir o déficit zero este ano – é mais ambiciosa do que o que lhe pede o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina mantém um acordo de crédito de 44 bilhões de dólares.

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