Poder político de Elon Musk está a fazer ‘tremer’ a Europa e expõe falhas no setor espacial europeu
A rápida ascensão de Elon Musk como figura de destaque na política norte-americana, está a provocar tensões na Europa. O empresário não é apenas alvo de críticas pelas suas declarações polémicas contra os legisladores de Bruxelas, mas também pela influência crescente da sua empresa, SpaceX, avaliada em 210 mil milhões de dólares, no setor espacial global.
A ex-chanceler alemã Angela Merkel descreveu a parceria entre Musk e Donald Trump como “extremamente preocupante”, destacando o domínio da SpaceX no mercado de lançamentos espaciais, anteriormente liderado pela Europa. Segundo Merkel, a dependência crescente de tecnologias como a Starlink, da SpaceX, exige uma resposta imediata.
A SpaceX tem monopolizado o mercado de lançamentos espaciais graças à inovação dos seus foguetões reutilizáveis, tecnologia que a Europa rejeitou há uma década. Com mais de 6.000 satélites Starlink em órbita, a empresa fornece internet de alta velocidade em qualquer parte do mundo, influenciando até conflitos militares, como na Ucrânia.
O impacto é sentido em várias indústrias europeias, como relata a ‘Bloomberg’. Empresas tradicionais, como a Eutelsat, enfrentam dificuldades devido à competitividade da Starlink, cujas soluções acessíveis e eficazes têm conquistado mercados como o Wi-Fi marítimo e aéreo. Recentemente, a Starlink firmou acordos com a Air France-KLM e a United Airlines, reforçando ainda mais a sua presença no setor.
Andreas Mundt, responsável da Autoridade da Concorrência alemã, alertou sobre o perigo de uma única pessoa exercer poder semelhante ao de um Estado, pedindo uma resposta regulatória ousada, revela a mesma fonte.
Já Christine Lagarde sublinhou que o atraso tecnológico da Europa já é evidente, e serão necessárias ações concretas para evitar um domínio exclusivo de empresas como a SpaceX e a Blue Origin, de Jeff Bezos.