Podemos estar perante um ‘Frexit’? Eleições em frança podem desencadear crise financeira na Europa

As eleições legislativas em França estão a gerar preocupações significativas nos mercados financeiros europeus, com analistas e especialistas a alertarem para o potencial de uma crise financeira iminente que poderia afetar não só a economia francesa, mas também a estabilidade económica e financeira de toda a região da zona euro.

A atual situação em França é marcada por uma alta dívida pública e um défice estrutural significativo, agravados pela incerteza política em torno das próximas eleições, conta o ‘elEconomista’. A possibilidade de uma vitória da líder populista Marine Le Pen ou de uma coligação de esquerda nas eleições legislativas levantou sérias preocupações entre as agências de rating e os investidores.

O mercado já reflete essas preocupações, com os spreads de crédito das obrigações francesas em relação às alemãs a atingirem níveis alarmantes. Atualmente em 73 pontos, esses spreads indicam um aumento no risco percebido de crédito para investidores, superando países como Portugal e sinalizando um potencial para uma crise financeira similar à de 2012 na zona euro.

Os credit default swaps (CDS) da dívida francesa aumentaram rapidamente, passando de 23 para 41 pontos em poucos dias. Embora ainda abaixo dos níveis críticos de 2018, quando houve protestos dos coletes amarelos, este aumento reflete a crescente preocupação com a capacidade da França de gerir a sua dívida soberana no futuro próximo.

Especialistas acreditam que o cenário pode piorar dependendo dos resultados eleitorais e das políticas adotadas pelo próximo governo francês. A possibilidade de um governo mais alinhado com políticas fiscais expansionistas poderia intensificar as tensões nos mercados financeiros europeus, afetando negativamente não apenas a economia francesa, mas também a estabilidade da zona euro como um todo.

Embora o Banco Central Europeu (BCE) tenha sinalizado capacidade limitada para intervir diretamente no momento, há preocupações crescentes sobre a necessidade de medidas de estímulo ou proteção caso a volatilidade nos mercados financeiros aumente drasticamente após as eleições.

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