PM ucraniano convencido que adesão à NATO será decidida em julho

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, garantiu hoje que Kiev está “a um passo” de entrar na NATO e confia que a Aliança tomará uma decisão sobre o assunto na próxima cimeira, marcada para julho em Washington.

“O nosso exército trabalha de acordo com os padrões da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. Implementámos todas as reformas necessárias e agora estamos a um passo de sermos convidados”, disse Shmigal, numa entrevista à televisão canadiana CBC.

Shmigal reiterou a ideia de que uma derrota da Ucrânia na guerra contra a Rússia torna “mais que provável” o início de uma terceira guerra mundial, sublinhando que os países bálticos e a Polónia serão os próximos objetivos russos.

Isso obrigaria a NATO a entrar no conflito, afirmou.

Por isso, sublinhou, o que a Ucrânia está a fazer neste momento é proteger os valores e as fronteiras “do mundo civilizado”, pelo que apoiar a Ucrânia significa “proteger o futuro global”.

Confrontado com a possibilidade de os parceiros da Ucrânia finalmente enviarem tropas para o terreno, como já sugeriu o Presidente francês, Emmanuel Macron, Shmigal indicou que Kiev ficaria “infinitamente grata”, mas adiantou que, para já, limita a ajuda à entrega de equipamento militar e armas.

Macron defendeu, numa entrevista publicada na semana passada, a possibilidade de enviar tropas terrestres ocidentais para a Ucrânia no caso de a Rússia “romper as linhas da frente” e Kiev solicitar esse apoio.

“Se os russos passarem a linha da frente, se houver um pedido ucraniano – o que não é o caso atualmente – deveríamos legitimamente colocar-nos a questão”, disse o Presidente francês.

“Excluir [o cenário] ‘a priori’ seria não aprender as lições dos últimos dois anos”, quando os países da NATO excluíram inicialmente o envio de tanques e aviões para a Ucrânia, antes de mudarem de ideias, sustentou Macron.

A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ofensiva militar justificada pelo Presidente russo com a necessidade de “desnazificar” o país vizinho e proteger os territórios pró-russos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, incluindo a NATO, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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