Plasma só ajuda na fase inicial do tratamento à Covid-19. Posteriormente “pode ser perigoso”, alerta especialista

Os tratamentos que utilizam plasma de doentes já recuperados, recentemente aprovados pelo governo Trump, podem ajudar pacientes infectados com Covid-19 se forem administrados precocemente, mas não são uma «cura milagrosa», podendo até ser prejudiciais se forem usados em fases mais avançadas da doença, de acordo com um especialista turco, citado pela ‘Bloomberg’.

Se for administrado «quando o vírus se está a multiplicar e a espalhar», o plasma de pacientes recuperados pode ser eficaz, segundo Ates Kara, membro do Conselho Científico da Turquia, entidade que supervisiona a resposta do país à pandemia. «Mas se o utilizar em fases mais tardias, não espere que tenha algum resultado (…) pode até causar complicações», acrescentou.

A Turquia tem utilizado vários tipos de tratamentos de sangue em pacientes com Covid-19, incluindo a remoção, reoxigenação e, em seguida, reintrodução de sangue. Mas a chave do sucesso é agir rapidamente, afirmou Kara.

De acordo com o responsável, os médicos turcos conseguem usar o plasma para confirmar um diagnóstico positivo, sem ter de esperar pelos testes à Covid-19, o que dá à Turquia uma vantagem face a outros países.

A Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, emitiu uma Autorização de Emergência para o uso de plasma de doentes recuperados da Covid-19 no tratamento de pacientes hospitalizados com a doença viral.

Alguns especialistas acusaram Trump e a FDA de deturpar dados de teste incompletos depois de afirmarem que o tratamento poderia reduzir a mortalidade em 35%. Posteriormente, o director da FDA, Stephen Hahn, aceitou as criticas e reformulou o seu discurso.

«O que eu deveria ter dito é que os dados mostram uma redução do risco relativo, mas não uma redução do risco absoluto», afirmou.

A nível global a pandemia da Covid-19 já infectou mais de 23,6 milhões de pessoas causando ainda mais de 814 mil vítimas mortais, de acordo com o balanço mais recente da Universidade John Hopkins nos Estados Unidos.

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