PJ deteve suspeitos de usar documentos falsos para contrair milhões em créditos à habitação. Seis indivíduos compraram mais de 300 imóveis

A Polícia Judiciária deteve seis indivíduos no Algarve por envolvimento em crimes graves no setor imobiliário, incluindo associação criminosa, burla qualificada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Detidos aguardam apresentação em tribunal para determinação das medidas de coação.

A operação, denominada “Orange” e iniciada pelo DIAP de Évora em 2021, resultou em sete buscas domiciliárias e duas em empresas, onde foram apreendidos numerosos imóveis, veículos, uma embarcação, equipamentos informáticos e documentos probatórios substanciais, revela a ‘CNN Portugal’.

O grupo, composto por pessoas de várias nacionalidades com residência no Algarve, é acusado de usar sociedades portuguesas como fachada para adquirir centenas de imóveis através de negócios simulados, posteriormente transferidos para terceiros. Esse esquema incluía a obtenção fraudulenta de créditos bancários, utilizando documentos falsos e identidades fictícias para contrair empréstimos em valores muito superiores aos custos reais de aquisição dos imóveis.

Segundo a investigação, os suspeitos exploravam os imóveis adquiridos para fins residenciais e turísticos, apropriando-se dos lucros obtidos ilegalmente. Foram identificadas mais de 20 sociedades como controladas pelo grupo, responsáveis pela compra dos mais de 300 imóveis e pela contratação de mais de 200 financiamentos fraudulentos, totalizando cerca de 40 milhões de euros em transações ilícitas.