‘Pirola’: Cientistas em contrarrelógio para entender nova variante da Covid-19 com múltiplas mutações

Enquanto na Europa é a Eris ou EG.5 a variante da Covid-19 que está a ganhar maior tração, nos EUA é outra variante, com muitas mutações, a que está está a deixar os cientistas preocupados e a correr em contrarrelógio para a entender. Esta variante já está também na Europa, com pelo menos três casos reportados.

Trata-se da variante BA.2.86, já apelidada de ‘Pirola’, nas redes sociais, que apresenta mais de 30 mudanças em aminoácidos da proteína ‘spike’, comparada com a ‘familiar’ mais próxima, a subvariante BA.2, da Ómicron, segundo explica Jesse Bloom, investigador do Fred Hutchinson Cancer Center, em declarações à CNN.

“É um salto evolucionário extraordinário, só comparável ao que deu origem à variante Ómicron”, assinala o especialista.

Enquanto a EG.5 é uma das “variantes de interesse” identificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a BA.2.86 permanece para já com a ‘etiqueta’ de “variante sob acompanhamento” desde a passada quinta-feira.

Só cinco sequências desta variante foram reportadas, em quatro países, mas os epidemiologistas temem que possam ser muitas mais, já que a contagem e reporte de novos casos por partes das autoridades de saúde de cada país tem vindo a desacelerar. Para já, EUA, Israel, Dinamarca e Reino Unido contam casos.

A Dinamarca conta com três casos que não parecem estar relacionados com qualquer contacto entre eles.

“Estamos mais preparados do que nunca para detetar e responder às mudanças no vírus da Covid-19. Estamos a rastrear essa nova sublinhagem”, adiantou Mandy Cohen, diretora do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.

Já no Reino Unido, a Agência de Segurança em Saúde, na sua última avaliação, referiu que o facto de haver sequenciação em quatro países diferentes, e em pessoas sem histórico recente de viagens, “sugere que há transmissão internacional estabelecida”.

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