Petróleo está em ‘superabundância’, e estes países têm uma estratégia para “inundar” o mercado sem produzir nem mais uma gota

O mercado petrolífero global está a enfrentar uma situação de superabundância, com a oferta a exceder a procura. Essa situação tem permitido uma acumulação de stocks, funcionando como uma almofada para eventual escassez futura. A crescente produção de petróleo nos EUA, Canadá, Brasil, Guiana e Argentina contribui para esse cenário.

No entanto, dois países membros da OPEP, Arábia Saudita e Iraque, desenvolveram uma estratégia inovadora para aumentar ainda mais a oferta no mercado global. Ambos os países pretendem “inundar” o mercado petrolífero sem produzir uma gota a mais de petróleo bruto. A chave para esse plano está na redução da queima de petróleo nacional para a produção de energia, o que permitirá aumentar as exportações de petróleo, revela o ‘elEconomista’.

Atualmente, a Arábia Saudita e o Iraque queimam grandes quantidades de petróleo para gerar eletricidade, uma prática considerada economicamente ineficiente, dado que o petróleo é um recurso valioso no mercado internacional. Com a redução do consumo interno de petróleo para este fim, ambos os países poderão redirecionar parte significativa de sua produção para o mercado externo.

A Arábia Saudita, o maior consumidor mundial de petróleo para geração de energia, pretende eliminar essa dependência até 2030, substituindo o petróleo por gás natural e energias renováveis, especialmente solar. Esse movimento reduziria em cerca de 1 milhão de barris por dia a queima de petróleo, que seria adicionado às exportações. Da mesma forma, o Iraque está a reduzir o consumo de petróleo bruto para geração de eletricidade, com planos para cortar cerca de 120.000 barris diários até 2030.

Esse aumento das exportações, impulsionado pela redução do consumo interno, terá um impacto significativo no mercado global de petróleo. A Agência Internacional de Energia (AIE) destaca que, até 2030, Arábia Saudita e Iraque poderão adicionar 1,1 milhão de barris por dia à oferta mundial.

Além disso, a transformação energética desses países inclui investimentos em gás e energia solar, o que não só permitirá maior eficiência, mas também contribuirá para a diminuição do impacto ambiental. A AIE observa que a utilização de petróleo para a produção de eletricidade é um “desperdício” econômico e ambiental, considerando que há fontes de energia mais baratas e limpas disponíveis.

Com esses planos ambiciosos, tanto Arábia Saudita como Iraque têm o potencial de alterar substancialmente a dinâmica do mercado petrolífero nos próximos anos. A maior disponibilidade de petróleo no mercado global pode, a longo prazo, afetar os preços e a competitividade no setor.

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