Petição para travar alteração do logótipo do Governo já tem mais de 6 mil assinaturas

Foi lançada esta sexta-feira uma petição para reverter o novo logótipo assumido pelo Governo de Luís Montenegro: os autores consideraram a decisão do novo primeiro-ministro “um golpe contra a cultura de inovação” – pouco depois das 12 horas deste domingo, contava já com mais de seis mil assinaturas.

Os autores da petição declaram o “repúdio veemente e inabalável contra a recente decisão do primeiro-ministro Luís Montenegro de reverter a inovadora identidade visual do Governo de Portugal. Esta ação não apenas desconsidera a vitalidade e a relevância da comunidade artística, criativa e de design, mas também subestima a capacidade intelectual e crítica de toda a população portuguesa”, pode ter-se no documento.

“A escolha de ignorar um trabalho de renome mundial, desenvolvido pelo Studio Eduardo Aires, não é apenas uma falha em reconhecer a excelência no campo do design; é um ato de regressão a práticas obsoletas e uma adesão a uma visão estreita do que constitui a identidade nacional. Tal medida reflete uma desconexão profunda com valores contemporâneos essenciais para a evolução da sociedade portuguesa no palco global”, referem.

“Ao optar por uma identidade visual anterior, considerada por muitos como tecnicamente inadequada e visualmente obsoleta, especialmente na sua funcionalidade digital, o Governo atual demonstra uma perspetiva alarmantemente retrógrada. Esta decisão não apenas contraria os princípios básicos do design eficaz, mas também coloca Portugal numa posição de desvantagem no diálogo internacional e na economia criativa mundial”, concluem.

A primeira decisão do primeiro Conselho de Ministros do XXIV Governo Constitucional foi “alterar o logótipo oficial utilizado na comunicação” do executivo.

“Tomámos já decisões, a primeira corresponde a um compromisso: alterar o logótipo que representa a imagem do Governo da República portuguesa, regressando a uma imagem que tinha sido usada por vários governos anteriores e que repõem símbolos essenciais da nossa identidade, da nossa história e da nossa cultura”, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final da reunião do primeiro Conselho de Ministros.

O ministro referiu que o logótipo do XXIV Governo volta a ter “a esfera armilar, com o escudo, quinas e castelos em que o povo português se revê”, naquele que era um compromisso assumido por Luís Montenegro, muito antes da campanha para as eleições de março.

Várias figuras da direita criticaram a mudança do logótipo, que se desfez totalmente de elementos da bandeira como a esfera armilar, os castelos e as quinas. Personalidades como Paulo Portas, José Miguel Júdice, Manuela Ferreira Leite, Nuno Melo e André Ventura expressaram descontentamento.

O logótipo, descrito como “inclusivo, plural e laico”, foi alvo de um coro de críticas nas redes sociais e Eduardo Aires, o seu autor, chegou inclusive a ser alvo de ameaças, e a apresentar queixa às autoridades judiciais.

 

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