Peste negra é uma doença do passado? Autoridades de saúde americanas confirmam caso raro de infeção

A peste bubónica é uma doença do passado: no entanto, a bactérias responsável pela doença ainda existe e é responsável por milhares de infeções humanas em todo o mundo, ano após ano.

De acordo com o portal ‘Sciencealert’, os casos nos Estados Unidos são relativamente raros, mas no estado do Oregon foi confirmado recentemente o primeiro caso em oito anos – de acordo com as autoridades, provavelmente terá chegado de um gato doméstico, que também apresentou sintomas.

Segundo Richard Fawcett, oficial de saúde do Oregon, frisou, em declarações à ‘NBC News’, que a paciente que contraiu a peste “ficou muito doente”.

A peste negra foi a pandemia mais devastadora registada na história humana, tendo resultado na morte de entre 75 e 200 milhões de pessoas na Eurásia, atingindo o pico na Europa entre os anos de 1347 e 1351. Acredita-se que a bactéria ‘Yersinia pestis’, que resulta em várias formas de peste (septicémica, pneumónica e, a mais comum, bubónica), tenha sido a causa.

Geralmente, uma infeção desse tipo começa com sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo fadiga, febre, calafrios e dor de cabeça. No entanto, a recente infeção no Oregon progrediu a ponto de formar um abscesso drenante, um resultado raro atualmente.

Felizmente, os antibióticos modernos significam que a peste bubónica já não é uma sentença de morte: a bactéria por trás da infeção, a ‘Yersinia pestis’, raramente é fatal de for detetada e tratada precocemente.

O paciente no Oregon aparentemente está a responder bem aos tratamentos, e seus contatos próximos também foram tratados para conter a possibilidade de maior propagação.

As autoridades não disseram como a infeção se espalhou do gato para o dono, mas se o gato foi picado por pulgas infetadas, pode ter trazido as pulgas para casa, expondo também o dono. Ou então, o dono pode ter entrado em contato com os fluidos contaminados do próprio gato.

A ‘Yersinia pestis’ geralmente infeta pequenos mamíferos e pulgas – dependendo da forma como se espalha nos humanos, pode causa a peste bubónica ou uma peste sanguínea ou pulmonar.

A peste bubónica é a forma mais comum e envolve o sistema linfático, causando gânglios linfáticos inchados e doloridos que podem evoluir para feridas abertas e cheias de pus. Se a infeção se espalhar, mais tarde também poderá infetar os pulmões.

A doença foi identificada pela primeira vez nos Estados Unidos, no início do século XX, trazida ao país através de ratos em navios. A última epidemia de peste urbana no país terminou em 1925, mas a bactéria refugiou-se em espécies de roedores rurais, causando surtos periódicos fora das grandes cidades.

São notificados sete casos em média por ano nos Estados Unidos – no Oregon em particular, o último caso foi relatado em 2015. Não há registos de mortes devido à peste em décadas.

Ainda assim, em comparação com a Peste Negra que atingiu a Europa no século XV e um surto do século XIX na China e na Índia que matou milhões de pessoas, a peste bubónica não é a assassina internacional que já foi. A peste bubónica é a forma mais comum de infeção por peste nos humanos, encontrando-se em todos os continentes, exceto na Oceânia.

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