Conheça as perspetivas do mercado imobiliário nacional para 2022
O primeiro semestre de 2021 teve um forte abrandamento com uma quebra homóloga de 30%. O volume de transações de investimento em imobiliário de rendimento estimou-se perto dos dois mil milhões de euros. Porém, e após as quebras acentuadas em 2020, os setores de retalho e hotelaria registaram um desenvolvimento mais positivo no ano transato – o primeiro registou alguma estabilidade no número de abertura de novas lojas, assim como os alojamentos hoteleiros cresceram 30% nas dormidas e 46% nos proveitos totais.
Ao mesmo tempo, verificou-se uma contínua aposta dos investidores em setores estratégicos, com destaque para escritórios, com perto de 40% do volume investido.
Relativamente ao ano de 2022, segundo o Diretor-Geral da Cushman & Wakefield em Portugal, as previsões são mais otimistas. “A expetativa é a de maior controlo da pandemia e consequente consolidação da retoma da economia mundial”, comenta Eric van Leuven.
Embora os primeiros meses do ano mereçam uma cautela acrescida no mercado ocupacional, antecipa-se que os indicadores de final de ano ultrapassem de forma transversal os registados no ano anterior.
Sobre a atividade de investimento institucional, o reconhecimento que Portugal tem tido face à pandemia e à pressão dos elevados níveis de liquidez, deverão continuar a contribuir para uma manutenção do interesse no mercado nacional.
“Neste contexto, as perspetivas para 2022 apontam para uma retoma dos volumes de investimento para níveis pré-pandemia, sendo já hoje identificáveis mais de 2.100 milhões de negócios em diversas fases de negociação, com destaque para o portefólio de unidades hoteleiras gerido pela ECS que poderão acrescer perto de 600 milhões de euros em transações atualmente suspensas, mas com possibilidade de conclusão até ao final do ano”, diz o executivo.
A somar, e face ao contínuo interesse dos investidores internacionais em categorias que registam escassez de oferta em Portugal, nomeadamente os segmentos de logística e residencial para arrendamento (ou PRS – private rented sector), o país deverá continuar a registar uma maior pressão para a colocação de produto transacionável no mercado, inclusive através da promoção deste tipo de ativos.
Alguns temas para 2022 serão, naturalmente, a dicotomia entre trabalhar a partir do escritório versus a partir de casa e as respetivas implicações. A forma como o consumidor final adquire e acede aos produtos – em loja ou entregue na morada – e a crescente importância de critérios ESG em todo o ciclo imobiliário: desde construção até à ocupação e investimento, são parte dos desafios para o ano que agora começa.