Personalidades russas continuam a morrer de forma misteriosa: juíza reformada encontrada morta após queda de janela de prédio em Moscovo

Uma juíza reformada na Rússia, responsável por alguns dos casos políticos de maior repercussão, morreu misteriosamente, depois de cair de uma janela de um prédio de apartamentos.

Segundo as autoridades russas, Natalia Larina, de 50 anos, foi encontrada morta fora do seu prédio no sudeste de Moscovo às 8 horas na manhã da passada quarta-feira: de acordo com os meios de comunicação russos, há suspeita de subsídio como causa, garantindo que ela havia deixado um bilhete.

Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia por Vladimir Putin, tem havido uma série de mortes misteriosas de altos funcionários russos, magnatas, executivos do petróleo e empresários, alguns dos quais morreram ao cair de janelas. No entanto, neste caso, não há provas de que a morte de Larina tenha qualquer ligação ao conflito ou ao seu trabalho como juíza.

O canal ‘Baza Telegram’ informou que, em meados de maio último, Larina foi vítima de um golpe telefónico: alguém que alegou ser o seu antigo patrão fez um contacto, dizendo que estavam a ser feitas tentativas de roubar dinheiro da sua conta para enviar à Ucrânia para financiar as suas forças armadas. Segundo a publicação online, foi informada que seria contactada pelos serviços especiais russos e pelo Banco Central da Rússia.

Foi nessa altura em que foi persuadida a transferir um milhão de rublos (cerca de 10,3 mil euros) para uma “conta segura” e pedir emprestado outro milhão de rublos ao banco para ser transferido: mais tarde, viria a notificar a polícia quando percebeu ter sido enganada. “A mulher ficou muito preocupada com o ocorrido. Com isso, tudo isso gerou uma tragédia”, refere a publicação, que informou que ela tinha uma filha menor.

Larina reformou-se há seis meses, depois de trabalhar no Tribunal Tagansky, em Moscovo, por mais de 15 anos, informou a agência de notícias estatal russa ‘TASS’. Ficou conhecida pelo seu papel em casos de grande repercussão, incluindo um em 2006, que restringiu as atividades do Partido Nacional Bolchevique no que foi chamado de “Caso Tagansky”.

Ela também foi juíza no julgamento do artista performático e ativista da oposição Pyotr Pavlensky, que, em 2015, ateou fogo à entrada da sede da principal agência de inteligência da Rússia, pelo que foi condenado por vandalismo e multado em 500 mil rublos (5.600 dólares).

Em 2011, ela foi juíza no julgamento de um funcionário do Ministério dos Transportes da Rússia que foi condenado por violar a sua filha e, em 2019, condenou Murat Sabanov, que cometeu uma série de envenenamentos no centro de Moscovo.

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