Perigo à espreita no prato: Quais são os alimentos com mais microplásticos?

Numa era onde a sustentabilidade e a saúde alimentar se tornam imperativas, a contaminação por microplásticos emerge como um tema crítico. Estudos recentes revelam que estes fragmentos poliméricos muito pequenos estão mais presentes nos nossos alimentos do que se imaginava, suscitando questões alarmantes sobre os riscos potenciais à saúde humana.

Uma investigação científica profunda às proteínas de origem animal e vegetal mostrou que 90% das amostras continham microplásticos. Essas partículas poliméricas, que variam de menos de 5 milímetros a 1 micrómetro, estão presentes em uma ampla gama de alimentos, segundo noticia a CNN Internacional. Mesmo produtos como frutas, vegetais, sal e açúcar não escapam à contaminação. Estudos específicos identificaram que sacos de chá de plástico libertam biliões de partículas de micro e nanoplasticos durante o processo de infusão.

Os impactos dos microplásticos na saúde humana têm sido uma área de crescente preocupação. Além de encontrados em tecidos humanos, como leite materno e sangue, estes fragmentos foram associados a riscos significativos. Um estudo de março de 2024 revelou que pessoas com partículas de microplásticos ou nanoplasticos nas artérias do pescoço tinham o dobro de probabilidade de sofrer um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou morte nos próximos três anos.

Sherri “Sam” Mason, da Penn State Behrend, destaca a perigosidade destes químicos, que podem migrar para órgãos vitais e até atravessar a barreira placentária.

Contudo, a Associação Internacional de Águas Engarrafadas sublinha a necessidade de mais investigação, argumentando que ainda não existe um consenso científico sobre os impactos dos nano e microplásticos na saúde humana.

Um estudo detalhado analisou uma variedade de proteínas consumidas frequentemente. Camarão panado liderou a contaminação com uma média de mais de 300 partículas de microplástico por porção. Em seguida, estão os nuggets à base de plantas e nuggets de frango. Por outro lado, peito de frango, lombo de porco e tofu apresentaram menor contaminação.

Estimativas baseadas nestes resultados indicam que a exposição média de adultos americanos a microplásticos poderia variar entre 11.000 e 29.000 partículas por ano, com uma exposição máxima estimada de 3,8 milhões de microplásticos por ano.

A ubiquidade dos plásticos no ambiente é assustadora. Um estudo recente identificou 16.000 produtos químicos plásticos, sendo 4.200 considerados “altamente perigosos” para a saúde humana e o ambiente. Estes produtos degradam-se, transformando-se em micro e nanopartículas, que podem contaminar os nossos alimentos e, por consequência, o nosso organismo.

Para mitigar a exposição aos microplásticos, os especialistas sugerem:

  • Evitar o consumo de alimentos armazenados em recipientes de plástico;
  • Preferir alimentos armazenados em vidro, esmalte ou folha;
  • Evitar aquecer alimentos em recipientes de plástico;
  • Optar por tecidos e produtos feitos de materiais naturais;
  • Reduzir o consumo de alimentos processados embalados em plástico.
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