Pequenos partidos apresentam-se para as eleições de 10 de março: saiba algumas das caricatas propostas que defendem

Além dos partidos com representação parlamentar há diversos pequenos partidos que se vão apresentar nas eleições de 10 de março: entre o CDS (89.113 votos), o primeiro dos últimos, e o PPM (260 votos), o último dos últimos, houve, em 2022, mais de 180 mil votos, com destaque para o RIR, com 23.232 votos.

Nos programas destes partidos, divididos por áreas políticas, é possível encontrar propostas para o país para todos os gostos, segundo indicou a revista ‘Sábado’.

Nos partidos radicais de esquerda, destaque para o PCTP-MRPP, um histórico da política nacional, que não hesitou nas palavras. “O Algarve está a secar e o corrupto do Costa nada fez. Aliás, PS, PSD, e muito menos os fascistas do Chega não têm o mínimo de humanidade. Preenchem o seu intelecto, se é que o têm, com os seus joguinhos de tachos, dinheiro e poder, enquanto as pessoas reais sofrem. Aliás, o dinheiro vai para campos de golfe para ricaços, hotéis de luxo, mafiosises várias, e para o entretenimento dos turistas ricos e dos estrangeiros endinheirados. Esses crápulas merecem uma bela lição nas eleições. Que venha a revolução e que venha bem depressa”, referiu o partido marxista-leninista.

Já o MAS (Movimento Alternativa Socialista), cuja participação nas eleições legislativas está em risco, defendeu que “os ricos que paguem a crise, já que são eles quem com ela mais beneficia”, assim como a taxação de grandes fortunas, o regresso das nacionalizações “dos setores estratégicos”, o “controlo dos preços e das rendas” e a “condenação e confisco dos bens de quem roubou e endividou o país”.

Chegamos então aos moderados de esquerda, liderados pelo Reagir – Incluir – Reciclar (RIR), o partido popularizado por Tino de Rans mas agora liderado por Márcia Henriques, que defende o agravamento de penas em crimes sexuais, de sangue e corrupção, entre outros. Apresentam medidas como “a abolição do termo Deficiência e utilização do termo Diversidade Funcional para combater preconceitos”.

O Partido Trabalhista Português (PTP) quer “acabar com a promiscuidade entre a política e os negócios”, revelando especial interesse nos salários das forças de segurança, para evitar deixá-las cair no colo do Chega. Recentemente, exigiram a “extinção das dívidas aos bancos”.

No outro lado do espectro político, temos os radicais de direita, a começar pelo Ergue-te (ex-PNR), liderado por José Pinto Coelho, e que defende valores de nacionalismo e de “Pátria e Família”. A imigração é uma causa essencial. “A imigração não é nem nunca foi um projeto humano, mas sim, uma arma ao serviço do grande capital. Os portugueses é que devem ser apoiados, em vez de se continuar a apostar em políticas de substituição de nacionais por estrangeiros”, salientou o partido, que defendeu ainda a deportação de imigrantes que cometam algum crime, “bem como aqueles que vivem de subsídios”.

A Nova Direita segue em linha com o Ergue-te na defesa da pátria e família, com um programa fortemente anti-woke – no que diz respeito às políticas de ideologia de género, o programa eleitoral utilizou termos como “combater”, proibição”, “oposição”, “cortar”, “revogar” e “parar”. A imigração também está em destaque, com o partido a defender que os imigrantes devem ter uma “proximidade cultural” à nossa e uma “genuína utilidade económica” para combater uma “descaracterização cultural” e uma “ameaça à coesão nacional”. “Chama-se bom senso”, concluiu o partido, que defendeu que se devem “deportar imigrantes culpados de crimes graves ou que façam do pequeno crime uma forma de vida”.

Por último, os moderados de direita, como os madeirenses do Juntos Pelo Povo, que é uma força na região: em 2023, ficou em terceiro, com 11% e cinco deputados nas eleições regionais, sendo que nas legislativas de 2022 esteve muito perto de eleger um deputado pelo círculo eleitoral da Madeira. Assume-se como liberais e defendem que o Estado deve ser regulador de um mercado livre, mas também “sociais” – querem “uma economia assente numa distribuição justa dos recursos e das estruturas do Estado”.

O Nós Cidadãos tem semelhanças com o JPP no seu liberalismo de cariz social e na visão que tem do Estado e da Administração Pública como duas máquinas pesadas, obsoletas, pouco transparentes e muito propensas à corrupção. Já a coligação Alternativa 21, que junta o Partido da Terra-MPT (ecologista) e o Aliança (outro eurocético, que defende em Portugal mais justiça social e um Estado regulador), tem como líder por Lisboa Nuno Afonso, ex-braço-direito de André Ventura no Chega.

Mas há mais.

O ADN (Alternativa Democrática Nacional), que abriu inscrições para quem quisesse fazer parte das listas para 10 de março por falta de pessoas. É um partido anti-Estado, dos grandes grupos económicos e dos políticos. É também anti-vacinação e “garante apoio jurídico aos portugueses que tiveram reações adversas, sequelas ou efeitos colaterais”. Querem também “processar as farmacêuticas que as distribuíram, os laboratórios que as criaram, os governantes que impuseram regras inconstitucionais para coagir a toma das mesmas e o Estado português”.

Temos também o Volt, partido “pan-europeu”, que quer mais UE, o que inclui uma “Europa federal”, com um “Governo europeu” e um primeiro-ministro da União Europeia. Defendem também uma sociedade cada vez mais digital (na Justiça, Saúde, Educação, administração pública e no trabalho) e descarbonizada, onde o Estado tenha um papel regulador e de proteção social. Para combater o voto útil defendem “a adoção da modalidade de voto por pontuação, em que o eleitor atribui uma pontuação, entre 0 e 5 estrelas, a cada candidato e vence o que reunir o maior valor”.

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