Pentágono admite que (afinal) mais de 100 soldados sofreram lesões cerebrais após ataque do Irão

As forças armadas dos EUA preparam-se para relatar um aumento de mais de 50% no número de casos de lesões cerebrais traumáticas, na sequência do ataque iraniano às bases militares no Iraque, onde onde se encontram as forças norte-americanas, segundo avança a agência Reuters esta segunda-feira.

O funcionário das autoridades americanas, que falou sob condição de anonimato, disse que agora existem mais de 100 casos de lesões cerebrais traumáticas, aumentando face aos 64 anunciados no mês passado.

O Pentágono recusou-se a prestar qualquer esclarecimento.

Recorde-se que a 8 de Janeiro as bases militares norte-americanas, no Iraque, foram alvo de um ataque iraniano, do qual resultaram cerca de 64 casos de soldados diagnosticados com lesões cerebrais, de acordo com o confirmado, no final do mês passado, pelo porta-voz do Pentágono, Thomas Campbell.

Na altura, Campell revelou que alguns militares foram tratados no Iraque, regressando ao serviço de seguida, enquanto que outros tiveram de ser transportados para a Alemanha, para avaliação adicional e tratamento, e ainda um deles para o Kuwai, tendo retomado funções de seguida, tal como noticiado pela Executive Digest.

O tenente-coronel já tinha dito, na altura, que «os números podem mudar» e mudaram mesmo, com o diagnóstico de novos casos.

O líder norte-americano, Donald Trump, afirmou inicialmente que os Estados Unidos não tinham sofrido nenhuma baixa devido ao ataque iraniano, em retaliação à morte do general iraniano Qassem Soleimani, ordenada pelo Presidente. «Nenhum americano ficou ferido nos ataques na noite passada», afirmou Trump.

Mais tarde, o comando central das forças armadas norte-americanas, avançava dados contraditórios às declarações de Trump. «Embora nenhum membro das forças armadas dos Estados Unidos tenha sido morto no ataque iraniano de 8 de Janeiro à base aérea de Ain al-Assad, vários deles foram tratados por sintomas de concussão devido às explosões e ainda estão a ser avaliados», afirmou Bill Urban.