Pedrógão Grande: “Arranjar culpados é fácil, mas não é assim que chegamos a bom porto”, diz comandante

O comandante da corporação de bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, foi hoje absolvido, pelo Tribunal de Leiria, de todos os mais de 100 crimes de que era acusado.

Arnaut, um dos 11 arguidos absolvidos de quaisquer responsabilidades criminais no contexto do incêndio de Pedrógão Grande que matou 66 pessoas em 2017, salientou que “nunca podemos esquecer as vítimas” e que, apesar dos esforços dos operacionais no terreno, “a natureza prevaleceu”.

“Acho que este final foi bem explícito”, disse o comandante, quando questionado sobre se os magistrados do Tribunal de Leiria tinham aceitado a sua defesa.

Arnaut salientou que “temos de procurar trabalhar em conjunto e não arranjar culpados”, referindo que “desde 2017 para cá, temos assistido a incêndios violentos”, e que, reiterou, “temos de procurar outros meios [de combate aos incêndios] e não andar a procurar quem é o culpado”.

“Arranjar culpados é fácil, mas não é assim que chegamos a bom porto”, afirmou.

A advogada de defesa, Filomena Girão, frisou que “o tribunal, felizmente, acolheu aquela que era a verdade, que defendemos desde o início”, apontando que a decisão “não foi uma surpresa”.

Contudo, sublinha que “não se fez justiça ao comandante [Arnaut], porque foram cinco anos de grande sofrimento e de grande angústia, e resta-nos perceber se podiam, e deviam, ter sido evitados”.

Quanto a pedidos de indemnização, a advogada diz que “temos de conversar com calma” e que “vamos ter de ponderar”. E acrescenta que “percebemos que o sistema [de combate aos incêndios] tem falhas”, apelando a que sejam “analisadas e, mais do que isso, retificadas”.

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