Pedidos de ajuda devido a intoxicação com cocaína dispararam 20% no último ano

No decorrer do último ano, o Centro de Informação Antiveneno (CIAV) do INEM registou um notável incremento nas chamadas relacionadas com a exposição a drogas e álcool. Um total de 1648 chamadas referentes a adultos e 173 sobre crianças expostas a estas substâncias foi atendido. Esses números representam um aumento em comparação com o ano anterior, onde foram registadas 1533 chamadas de adultos e 168 de crianças.

Um dado particularmente preocupante é o aumento significativo de chamadas relacionadas com a exposição à cocaína. O CIAV, adianta o Jornal de Notícias, respondeu a 231 consultas sobre o tema em 2023, envolvendo 227 adultos e quatro crianças. Este número representa um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Esta tendência coincide com os resultados de estudos recentes que apontam para um aumento do consumo de cocaína em Portugal.

Além disso, a canábis também se destaca como uma das principais substâncias que motivam chamadas para o CIAV. Foram registadas 200 consultas de adultos e 54 de crianças relacionadas com o consumo desta droga. Muitos dos casos envolvem sintomas como náuseas, vómitos e ansiedade após o consumo de canábis.

Estes dados são consistentes com os resultados de um estudo recente sobre águas residuais, que revelou um aumento do consumo de cocaína em várias cidades portuguesas, especialmente no Porto. O estudo, conduzido pelo grupo SCORE em colaboração com o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, analisou amostras diárias de águas recolhidas em estações de tratamento de águas nas cidades de Porto, Almada e Lisboa.

Além das drogas ilícitas, o abuso de álcool continua a ser uma preocupação. A maioria das chamadas para o CIAV envolveu a ingestão de bebidas alcoólicas, totalizando 1088 consultas de adultos e 56 de crianças. Também foram registadas chamadas relacionadas com alucinogénios, psicadélicos e opiáceos, com um total de 148 consultas de adultos e 14 de crianças.

Em algumas chamadas, a substância consumida foi considerada desconhecida, o que destaca a complexidade das situações enfrentadas pelo CIAV. Adicionalmente, chamadas relacionadas com tabaco foram frequentes, especialmente aquelas que envolviam crianças que ingeriram beatas.

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