Partido Liberal Social e Trabalhadores Unidos: forças políticas recém-criadas procuram espaço e votos

Nas últimas eleições legislativas, os partidos criados nos últimos 10 anos obtiveram 28,9% dos votos: Chega, Iniciativa Liberal e Livre somaram 62 deputados na Assembleia da República, mas outras seis forças políticas não chegaram perto de 1%. Agora, de acordo com o ‘Diário de Notícias’, o ‘bolo’ político vai crescer, uma vez que o Partido Liberal Social (PLS) vai entregar, esta quarta-feira, as 7.500 assinaturas necessárias no Tribunal Constitucional, sendo que o Trabalhadores Unidos já iniciou a recolha no passado sábado.

Nas eleições legislativas participaram 19 partidos e coligações, mas ainda há espaço por ocupar no espectro político: esta pelo menos é a convicção de José Cardoso (PLS), ex-candidato à liderança da Iniciativa Liberal, e Renata Cambra (TU), que abandonou o MAS (Movimento Alternativa Socialista).

“O encaixe do partido no panorama político” foi a preocupação central de José Cardoso, uma vez que era essencial perceber “se querem este produto ou não querem”. O responsável salientou que “a perceção à oferta política que o PLS traz é muito positiva”, referindo que 70% dos interessados vêm da sociedade civil – entre os que têm filiação partidária chegam do PSD e Iniciativa Liberal. “Não encontram um lado social na IL e um lado liberal no PSD.”

A recolha de assinaturas resultou num processo de “otimização completa” – realizada em 16 tardes de festivais de música da Grande Lisboa – e José Cardoso admitiu que o seu antigo partido facilitou a tarefa: “Não temos de explicar o que é ser liberal”, apontou. “Existe um espaço maior do que as pessoas podem imaginar”, referiu, fazendo mira ao ‘centrão’, onde se calcula estar um terço do eleitorado, “o território que queremos ocupar”. A convicção de José Cardoso é estar entre 5 e 10%, embora não já nas eleições autárquicas, as próximas do calendário, em setembro ou outubro de 2025.

Renata Cambra, que abandonou o MAS após litígio legal que levou o Tribunal Constitucional a deliberar a favor da liderança de Gil Garcia, está ainda em fase de recolha de assinaturas. “Detetámos erros políticos e organizacionais e sentimos que temos um projeto mais sólido”, sustentou, sublinhando que “o espaço existe e está cada vez mais esvaziado”, pois “não existe nenhum partido de esquerda que seja alternativa ao PS, ao PSD e à extrema-direita”.

Segundo a ex-cabeça de lista do MAS por Lisboa nas eleições legislativas de 2022, “a esquerda parlamentar está cada vez mais ao centro”, realçando que a subida do Chega no Algarve e Alentejo é uma sinal de que “a esquerda falhou redondamente”. A participação nas eleições autárquicas está em dúvida. “Vemos sempre a participação em eleições como tática”, indicou, acrescentando que são “um terreno que devemos disputar e traz boas possibilidades”.

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