Para além do medicamento, Estado português pagou mais seis cadeiras de rodas a gémeas luso-brasileiras

Para além de ter pago o medicamento mais caro do mundo, o Zolgensma, às duas gémeas luso-brasileiras, o Estado português garantiu também às duas meninas seis cadeiras de rodas, que representaram um gasto de mais de 60 mil euros.

Tratam-se de quatro equipamento elétricos e outras duas cadeiras/carrinhos manuais, que totalizam 64 mil euros, adianta o JN.

Duas cadeiras, pagas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) aguardavam em Portugal o regresso das gémeas, há quase três meses, mas o pai das meninas terá recebido, em abril, duas cadeiras que depois enviou por via marítima para o Brasil.

Após as meninas terem recebido o medicamento para a atrofia muscular espinhal, com um custo de cerca de quatro milhões de euros, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, onde as crianças eram acompanhadas e faziam terapias, passou a “receita” que levou à aquisição das cadeiras.

Foi numa empresa de ortopedia em Lisboa que as gémeas fizeram depois uma avaliação, e onde depois os equipamentos foram comprados.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou na semana massada que o Ministério Público (MP) está a investigar o caso das gémeas luso-brasileiras.

“Confirma-se a instauração de inquérito relacionado com os factos referidos. O processo encontra-se em investigação no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e, por ora, não corre contra pessoa determinada”, pode ler-se numa resposta enviada à Lusa.

Na origem deste caso está uma reportagem da TVI, transmitida no início de novembro, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma, – um dos mais caros do mundo — para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.

Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que negou entretanto qualquer interferência.

O caso está também a ser investigado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e através de uma auditoria interna do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do qual faz parte o Hospital de Santa Maria.

*Com Lusa

 

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