Pandemia não dá margem. Companhias aéreas alertam para mais falências se apoio salarial não for renovado
As companhias aéreas globais alertaram, esta terça-feira, que a pandemia estava a caminho de “queimar” mais 77 mil milhões de dólares no segundo semestre de 2020, apelando aos governos para renovarem os programas de apoio salarial que estão a expirar.
“A questão agora é que a ajuda – particularmente, os subsídios salariais – começa a ser retirada”, disse Brian Pearce, economista-chefe da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), citado pela agência Reuters.
As companhias aéreas “consumiram” 51 mil milhões de dólares, em dinheiro, no segundo trimestre, uma vez que a pandemia paralisou globalmente as viagens.
O apelo a um maior apoio veio à medida que as companhias aéreas americanas começaram a conceder licenças a mais de 32.000 trabalhadores. Os programas de apoio salarial estão a enfraquecer na Europa e noutros locais.
Enquanto a retirada dos subsídios faz sentido para os sectores em recuperação, a IATA alertou para novas falências de companhias aéreas no Inverno do hemisfério norte, uma vez que o colapso das receitas continua a diminuir os custos. A transportadora tem agora dinheiro para 8,5 meses de operações, disse ainda Pearce.
“Vamos enfrentar alguns meses de Inverno difíceis para as companhias aéreas uma vez que os fluxos de caixa são sempre sazonalmente fracos”, afirmou. “As companhias aéreas vão ter problemas, se não falharem, sem qualquer outro apoio governamental ou serem capazes de aceder aos mercados de capitais por mais dinheiro”.
As companhias aéreas estão a pressionar para terem um sistema global de testes à covid-19 antes dos voos para substituir as quarentenas e restrições de viagem, que agravam o colapso das viagens e da indústria.