Pandemia leva a quebra ‘histórica’ de venda de antibióticos

O consumo de antibióticos tem estado em declínio nos últimos cinco anos, no entanto, este ano a pandemia levou a uma redução histórica.

Entre Janeiro e Agosto deste ano foram vendidos menos 1,1 milhões de embalagens de antibióticos, em relação ao mesmo período do ano anterior, e foi registada uma quebra de cerca de 22% no consumo de antibióticos durante os primeiros oito meses de 2020, avança o jornal Público.

Em 2019, foram dispensados mais de 5,3 milhões de embalagens entre Janeiro e Agosto, de acordo com dados do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. Já este ano, o valor é de 4,1 milhões.

José Artur Paiva, responsável pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), considera que os motivos para esta redução são vários. “As pessoas estiveram menos expostas a infeções durante o confinamento, usaram máscara, não se deslocaram tanto a hospitais. E tudo isso ajuda a explicar quebra”, afirma o responsável em declarações ao Público.

Neste sentido, a exposição às infeções bacterianas foi menor devido às condições impostas pela pandemia, que fez com que as pessoas fossem menos aos hospitais e centros de saúde. Isto “limitou a oportunidade de prescrição de antibióticos”, explicou.

Além disso, José Artur Paiva salienta o trabalho da PPCIRA no que toca à formação dos médicos e à sensibilização das pessoas para as consequências do consumo excessivo de antibióticos.

A quebra da venda destes medicamentos foi também visível nas farmácias, segundo dados do Infarmed. Houve uma redução de 2,5 milhões entre Janeiro e Agosto de 2020, comparando com o período homólogo do ano passado.

 

Ler Mais