Pandemia faz disparar poluição de plástico. Desafios estão identificados e há soluções
Com a pandemia, o uso de plásticos não reutilizáveis aumentou. São materiais que estão presentes, por exemplo, nos equipamentos de protecção individual, como máscaras e luvas. O uso destes plásticos levou, por sua vez, a um aumento da poluição que advém da pandemia – problema que uma equipa da Universidade de Aveiro estudou.
A investigação em causa, denominada “Aumento da poluição plástica devido à pandemia de covid-19: Desafios e recomendações”, foi publicada no Chemical Enginneering Journal e é já o terceiro artigo divulgado sobre o tema.
O estudo indica então que a “pandemia de covid-19 está a contribuir para a poluição plástica mundial” e que “as medidas de precaução desafiaram a sustentabilidade ambiental”, lê-se no artigo científico.
A equipa da Universidade de Aveiro alerta para a urgência de encontrar alternativas sustentáveis para as máscaras, luvas e plásticos descartáveis. Os investigadores recomendam, por exemplo, que os materiais utilizados sejam reciclados – depois de devidamente desinfectados, para não constituirem um risco de saúde pública – e a utilização preferencial de materiais reutilizáveis, como as máscaras sociais de várias lavagens.
“Os plásticos tornaram-se uma grave ameaça transfronteiriça para os ecossistemas naturais e a saúde humana, com estudos que prevêem um aumento para o dobro do número de detritos plásticos (incluindo plásticos micro e nano-dimensionados) até 2030. Contudo, tais previsões serão provavelmente agravadas pelo uso e consumo excessivos de plásticos de utilização única (incluindo equipamento de protecção pessoal, como máscaras e luvas) devido à pandemia”, lê-se no resumo da publicação.
O estudo indica ainda que as medidas futuras, “envolvidas ou não numa crise de saúde emergente, devem reflectir um equilíbrio entre a saúde pública e a segurança ambiental, uma vez que ambas estão indubitavelmente ligadas”.