Panama Papers: Morreu um dos cofundadores da firma de advogados no centro do escândalo. Estava a ser julgado

Ramón Fonseca, um dos fundadores da firma de advocacia agora extinta que estava no centro do escândalo dos Panama Papers, ou ‘Papéis do Panamá’, faleceu durante a noite no hospital. Fonseca, cofundados da Mossack Fonseca, estava a ser julgado há algumas semanas pelo envolvimento da firma de advogados que encabeçava no caso.

“Ele estava hospitalizado desde o início de abril,” adiantou Guillermina McDonald, advogada de Fonseca, numa chamada telefónica com a Reuters, sem revelar a causa específica da hospitalização.

“Devido a isso, ele não pôde comparecer à audiência,” explicou McDonald, referindo-se a uma diligência judicial realizada no início de abril para avaliar o alegado envolvimento de Fonseca, juntamente com cerca de outras vinte pessoas, em casos de branqueamento de capitais. Até ao momento, não foi proferida uma sentença no caso.

Carolina Fonseca, sobrinha de Ramón Fonseca, expressou-se sobre o falecimento do tio na X: “A sua presença e as suas teorias fascinantes acompanharam-nos nesta plataforma. Descansa em paz, querido tio, estarás sempre nos nossos corações.”

A firma de advocacia de Fonseca, Mossack Fonseca, ganhou notoriedade em 2016, quando documentos confidenciais divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação revelaram contas mantidas em paraísos fiscais, envolvendo indivíduos como o presidente argentino Mauricio Macri, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e a estrela argentina do futebol Lionel Messi.

Os ‘Papéis do Panamá’ referem-se a 11,5 milhões de documentos revelados a partir daquele escritório de advogados com informação financeira e relações entre assessores legais sobre a abertura de contas no estrangeiro ou em paraísos fiscais para alegadamente esconder fortunas.

Com a divulgação dos documentos ficou público o envolvimento de uma dezena de líderes de países, 128 políticos e centenas de celebridades do desporto, da arte, das empresas empresários e outras áreas de mais de 200 países.

A investigação foi desenvolvida por mais de 400 jornalistas de vários países e os resultados apresentados simultaneamente por 109 meios em 76 países em abril de 2016.

A Mossack e Fonseca também foi processada no Brasil, por causa da operação ‘Lava Jato’, onde ainda aguarda a sentença.

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