Pais de crianças com doenças crónicas querem ensino à distância e pressionam médicos
O presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, Jorge Amil Dias, diz que os médicos estão a ser pressionados pelos pais das crianças com doenças crónicas para passarem declarações a atestar que as crianças têm de ter ensino à distância, avança a TSF.
Em causa está o receio que os pais têm em mandarem as suas crianças para a escola durante a pandemia.
“Os médicos têm sido solicitados a emitir declarações a dizer que as crianças que têm doença crónica e, como tal, não podem frequentar o ambiente escolar, que têm um risco enorme e que exigem que sejam as autoridades a fornecer os meios técnicos para seguir as aulas em casa”, adiantou Jorge Amil Dias, em declarações à TSF.
Neste sentido, o presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos pede que as autoridades de saúde publiquem uma orientação clara para estes casos.
“Precisamos que o Ministério da Saúde, a Direcção-Geral da Saúde, em colaboração com a Ordem dos Médicos, emita alguma recomendação ou alguma lista das situações que tipicamente configuram um risco especial e que nos ajudem a tranquilizar os pais em relação a isso”, alerta.
Sem uma orientação bem-definida, “vamos da parte dos pais deixar alimentar um pânico tremendo e da parte dos médicos colocá-los numa situação insustentável de exporem o menino que, por um azar da vida, possa vir a ser contagiado e a culpa foi do médico que se recusou a emitir a declaração”, disse ainda Jorge Amil Dias à TSF.