Ouro continua a ganhar terreno à medida que tensões sobem entre Rússia e Ucrânia
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia tem vindo a ser discutido há vários meses, mas o posicionamento das tropas russas na fronteira com a Ucrânia tem vindo a preocupar os mercados. Os preços de muitas commodities têm subido desde então, em grande parte devido ao facto de a Rússia ter um papel estratégico na produção e fornecimento de várias commodities, bem como a Ucrânia.
Embora o ouro não seja a commodity mais produto na Rússia, os investidores têm optado por posicionar-se novamente em ativos de refúgio como o ouro. Se o conflito armado se tornar uma realidade, o ouro poderá começar a ter ainda mais procura, à medida que os ativos de risco depreciam.
Posicionamento da Rússia no mercado do ouro
A Rússia não é o maior produtor de ouro do mundo, mas é certamente um player importante neste mercado. A quota da Rússia na produção de ouro na última década foi de cerca de 10%. Em 2020, a Rússia extraiu 300 toneladas de ouro, ligeiramente menos do que a Austrália ou a China. Contudo, é importante notar que o Banco Central Russo detém algumas das maiores reservas do mundo. O Banco da Rússia detém cerca de 2.300 toneladas de ouro, de acordo com dados do Conselho Mundial do Ouro, e é o 5º maior banco central do mundo em termos de reservas de ouro.
Papel do ouro como ativo de refúgio
O ouro já valorizou cerca de 8% desde meados de dezembro e os preços continuam a subir. Apesar das fortes quedas em agosto de 2020, os investidores estão novamente a procurar o ouro para se protegerem das atuais tensões.
O que aconteceu aos preços do ouro durante os últimos conflitos?
O ouro tende a reagir a vários fatores, entre eles, as taxas de juro, a posição do dólar americano ou o sentimento em relação ao mercado bolsista. No entanto, também desempenha o papel de ativo de refúgio, sobretudo na atual situação na Rússia que pode vir a escalar ainda mais as atuais tensões. Por outro lado, o comportamento do ouro nos anteriores conflitos russos tem sido limitado. A guerra entre a Rússia e a Geórgia (a invasão da Rússia) em agosto de 2008 não provocou grandes movimentos nos preços do metal precioso. Mas, durante a anexação da Crimeia e a primeira fase da guerra com separatistas na situação de Donbass foi diferente. Em 2014, o ouro chegou a valorizar perto de 17%. Ao mesmo tempo, porém, imediatamente após a anexação da Crimeia, grande parte dos ganhos foram anulados.
Por analistas XTB