Ouro cai para mínimos de um mês com investidores a fugirem dos ativos de refúgio

O ouro continua a desvalorizar, registando uma queda por três sessões consecutivas, chegando ao seu nível mais baixo num mês. Ruben Ferreira, Head of Portuguese Operations na FlowCommunity, aponta que essa tendência é impulsionada pela valorização do dólar e pela redução da procura por ativos de refúgio. “Com a reavaliação das estratégias fiscais e monetárias após a reeleição de Trump, observa-se uma rotação acentuada para ativos de maior risco, uma vez que os investidores antecipam possíveis alterações na política económica”, refere Ferreira.

A perspetiva de novas tarifas comerciais no início do novo mandato de Trump aumentou as preocupações com a inflação, o que, segundo Ferreira, está a reforçar as expectativas de um adiamento no ciclo de flexibilização da Reserva Federal. “Este cenário contribuiu para a valorização do dólar, acentuando a queda do ouro”, acrescenta. Ferreira observa ainda que, “tendo em conta estes fatores, a visão de curto prazo sobre o ouro permanece negativa, com um apoio limitado para uma reversão em alta imediata no mercado de metais preciosos.”

A curto prazo, os principais eventos económicos desta semana poderão ser determinantes para as perspetivas do ouro. Ferreira realça que “os investidores estão atentos aos próximos dados da inflação do consumidor dos E.U.A. e ao Índice de Preços do Produtor (PPI), que poderão oferecer informações sobre as tendências da inflação e as orientações da política monetária.” Para além disso, Ferreira sublinha que os discursos do Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, e de outros membros do FOMC “poderão clarificar possíveis estratégias sobre taxas de juro, potencialmente impactando o ouro no contexto da especulação em curso em torno do calendário da política monetária da Reserva Federal.”






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