“Otimismo cauteloso”. Estudo mostra que segunda vaga pode já ter atingido o auge no Reino Unido

Há motivos para um “otimismo cauteloso” em alguns países europeus que lutam contra a segunda vaga da pandemia do novo coronavírus, uma vez que a taxa de novas infecções diárias começa a estabilizar-se. Um relatório publicado esta quinta-feira reforçou as esperanças de que o Reino Unido está a recuperar do seu recente pico de casos de covid-19.

O Imperial College London publicou os últimos resultados de um estudo em curso sobre a prevalência do novo coronavírus, no qual afirma que o número de reprodução do vírus (valor de R) “tinha diminuído de 1,7 para 1,1 mas com uma ampla variação possível para o valor recente de 0,7 para 1,5”.

O ‘R’ indica o número de infeções geradas, em média, por um indivíduo infectado. Mostra, assim, como a covid-19 se está a propagar, se está a aumentar ou a abrandar. As autoridades de saúde querem manter o valor de R abaixo de 1 para retardar a propagação da doença.

“Isto sugere que a taxa de novas infeções diminuiu, mas um R acima de 1 significaria que os casos continuam a aumentar se as tendências atuais se mantiverem”, disseram os cientistas do Imperial College London, citados pela CNBC, que relataram os resultados dos testes realizados em mais de 80.000 pessoas, entre 18 e 26 de Setembro como parte do seu estudo “React 1″.

A investigação segue casos atuais de covid-19 na comunidade. Foram testadas mais de 150.000 pessoas seleccionadas aleatoriamente todos os meses durante um período de duas semanas. Os voluntários utilizam zaragatoas para recolher amostras do nariz e garganta, em casa, que são depois analisadas num laboratório.

O director do programa ‘React no Imperial College’, Paul Elliott, disse que os resultados sugeriram que algumas das medidas introduzidas no Reino Unido para impedir a propagação do vírus, incluindo a “regra dos seis” que limita os ajuntamentos, poderiam estar a ter efeito.

“Embora os nossos últimos resultados mostrem algumas primeiras provas de que o crescimento de novos casos pode ter abrandado, sugerindo que os esforços para controlar a infeção estão a funcionar, a prevalência da infeção é a mais elevada que temos registado até à data”, ressalvou. “Isto reforça a necessidade das medidas de proteção para limitar a propagação da doença e a adesão do público às mesmas”, acrescentou, citado pela CNBC.

O Reino Unido registou alguns dos números mais elevados de infecções diárias durante a última semana. Esta quarta-feira, foram notificados 7108 casos, após os 7143 reportados na terça-feira, o maior aumento diário de infeções registado até agora.

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