Os NFTs invadem as redes sociais
Desde que o metaverso se tornou assunto recorrente na imprensa e nas mesas de reuniões das empresas, o vocabulário ligado ao seu universo invadiu o nosso dia a dia. E NFT foi uma dessas novas palavras. Derivado de uma sigla em inglês que significa “tokens não fungíveis”, os NFTs são ativos virtuais que vêm sendo cada vez mais utilizados por marcas e empresas.
Na arte, nos videojogos, no entretenimento e no marketing, os NFTs vêm-se tornando ativos importantes de transações nos meios digitais e terão um papel muito importante no metaverso. O conceito dessa tecnologia – baseada em blockchain – também faz parte das discussões sobre a Web3.
Porém, os NFTs estão a diversificar-se e a expandir-se os ambientes por onde podem ser encontrados. Agora, as redes sociais também estão a adotar esse recurso tecnológico nas suas plataformas.
YouTube, Twitter e Facebook passaram a olhar mais atentamente para os NFTs e já preveem investimentos nesse recurso. Isso porque se o consumidor tem uma parte de sua atenção voltada ao digital e o metaverso é uma evolução da internet como conhecemos – propiciando experiências mais imersivas – existe um (longo) caminho a ser percorrido e muita aprendizagem que só se adquire testando e aprimorando. E nada mais natural que essas experiências também aconteçam com os NFTs.
Uma característica importante é a mudança da propriedade de um asset digital e como ele pode ser único com o NFT usando o ecossistema de blockchain. Antes o utilizador criava o seu avatar e colecionava objetos para incrementá-lo e outros utilizadores podiam fazer o mesmo com objetos digitais similares. Mas na sua essência, tudo ainda só existia e era de propriedade da plataforma, por exemplo, do jogo onde o seu avatar estaria. O NFT propicia ao utilizador ter essa propriedade, para vender para outras pessoas.
O YouTube, por exemplo, planeia investir em NFTs para que os tokens se tornem mais uma fonte de receita para os criadores de conteúdo.
O Twitter, por sua vez, lançou recentemente um recurso onde o utilizador do Twitter Blue – a plataforma paga da rede social – pode conectar-se à carteira virtual Ethereum com o seu perfil e, através da sincronização de dados, utilizar os NFTs de imagem como foto de perfil. O jogador de futebol Neymar Jr. é uma dessas pessoas que já atualizaram o seu perfil do Twitter com um NFT da Bored Ape Yacht Club, uma coleção de NFTs. Mas para isso, o atleta teve que desembolsar quase 1 milhão de euros na plataforma Ethereum na aquisição de duas peças.
Já o Facebook, pretende abrir um marketplace para os NFTs onde seja possível comprar, vender e negociar esses ativos digitais. Isso seria uma estratégia da empresa de Mark Zuckerberg para atrair novamente o público jovem, que fugiu para outras redes sociais, como TikTok.
Por isso, cabe a cada empresa avaliar quando e como entrar nesse novo mundo dentro de uma visão a longo prazo. Temos uma urgência maior de entender e explorar melhor os canais digitais existentes para que o contato e a experiência com o consumidor sejam positivos. Não podemos nos esquecer que o metaverso será uma evolução do cenário da web. E não adianta pular etapas.
Edson Sueyoshi
VP Tecnologia & Produção da R/GA