Orçamento Suplementar «sem qualquer visão ou estratégia», acusa Cotrim Figueiredo
João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal (IL), disse esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que «o Orçamento suplementar complica mais uma vez».
«Desafio alguns dos senhores que nos estão a ouvir a fazer sentido os artigos oito, nove ou dez do Orçamento suplementar ou do seu anexo quinto», afirmou, à saída de uma reunião com o Presidente da República, que começou hoje a ouvir os partidos com representação parlamentar sobre a situação sanitária do país, o Orçamento Suplementar para 2020 e o Programa de Estabilização Económica e Social do Governo. «Qualquer um destes artigos ou anexo são de uma complicação desnecessária», insistiu Cotrim Figueiredo, reticente de que alguma empresa consiga perceber se está elegível para aquelas medidas.
Por outro lado, o presidente do IL considerou que se trata de «um orçamento sem qualquer visão ou estratégia, como já não tinha o documento de Plano de Estabilização que se concentra apenas nesta fase e não se preocupa com a fase de recuperação», dando a ideia de que «fica tudo remetido para o Orçamento de 2021 e parece que está tudo à espera dos dinheiros que Bruxelas haverá de enviar e para os critérios que definir». «Não é a nossa visão», vincou.
Para Cotrim Figueiredo, o país deve começar a planear já 2021, porque «a economia que existirá depois desta crise exigirá muito maior agilidade, dinamismo e capacidade de arriscar, sob pena de Portugal não começar a próxima fase na mesma linha de partida de outros países e, uma vez mais, atrasado». «Isso seria, uma vez mais, uma oportunidade perdida», frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa recebe ainda hoje no Palácio de Belém, em Lisboa, o PEV, Chega, PAN e CDS-PP. As reuniões com os restantes quatro partidos representados na Assembleia da República, PCP, Bloco de Esquerda, PSD e PS, decorrerão amanhã, dia 23 de Junho.
A proposta do Governo de Orçamento Suplementar para 2020, recorde-se, está em fase de debate na especialidade, depois de ter sido aprovada na generalidade na passada quarta-feira com votos a favor apenas do PS, votos contra de CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal e abstenções dos restantes partidos e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira. A votação final global está marcada para 3 de Julho.
*Notícia actualizada com mais informação às 12:33