Orbán defende encontro entre Putin e Zelensky para acabar com a guerra na Ucrânia

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán indicou que é preciso que os líderes russo e ucraniano se reúnam para pôr fim à guerra entre os dois países. Questionado se um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky será possível, o líder magiar salientou que “claro, é necessário. A primeira questão é a comunicação. Se não houver comunicação, a guerra está a piorar cada vez mais”.

A declaração de Orbán decorreu no Fórum Ambrosetti em Cernobbio, Itália, onde participou num painel de discussão. De acordo com o programa, o fórum também contará com a presença do presidente ucraniano, com quem Orbán disse ter “boas relações”, mesmo após o líder húngaro ter se encontrado com o homem que lançou uma invasão à Ucrânia.

Nas primeiras semanas do mandato de seis meses da Hungria na presidência do Conselho da UE, Orbán tentou apresentar-se como um “pacificador” no conflito na Ucrânia, fazendo uma visita surpresa a Kiev para se encontrar com Zelensky e, em seguida, voou para Moscovo na mesma semana para se sentar com Putin.

Nas últimas semanas, tanto Putin quanto Zelensky alegaram que acolheriam mediadores em negociações de paz para a Ucrânia, mas não acreditam que a Hungria seja uma opção para isso. Num painel de discussão no Fórum Económico Oriental da Rússia em Vladivostok, esta quinta-feira, Putin disse que China, Brasil ou Índia poderiam potencialmente ajudar nas negociações de paz.

Zelensky, por seu turno, indicou, após o seu encontro com Orbán em julho último, que um “pacificador” deve ter uma economia que influencie a Rússia ou com um exército poderoso que faça Putin temer. “Os EUA são um país assim, a China ou a UE – não apenas um país, mas toda a União Europeia”, defendeu o presidente ucraniano.