“Operação Picoas”: ‘braço-direito’ Vaz Antunes terá faturado 660 milhões de euros em negócios com amigo da Altice

Hêrnani Vaz Antunes terá faturado com o grupo Altice, entre 2017 e 2022, cerca de 660 milhões de euros, relatou esta segunda-feira o ‘Correio da Manhã’: as principais empresas controladas principal suspeito da ‘Operação Picoas’ estarão envolvidas, segundo o Ministério Público, em negócios suspeitos.

O Ministério Público está a investigar o amigo e suposto braço-direito de Armando Pereira, acionista da Altice – as autoridades acreditam que Armando Pereira terá facilitado os negócios das empresas de Hêrnani Vaz Antunes com a Altice, sendo que os ganhos desses negócios terão sido repartidos entre os dois.

Segundo a investigação, liderada pelo procurador Rosário Teixeira e pelo inspetor tributário Paulo Silva, Vaz Antunes começou a dirigir a sua vida empresarial, a partir de 2012, para se tornar um fornecedor de referência da Altice em Portugal, entre outros países, e terá tido a colaboração de Armando Pereira e de outros responsáveis da empresa. Em contrapartida, Vaz Antues repartia os lucros dos negócios com o milionário acionista da Altice, assim como supostas vantagens indevidas aos dirigentes da empresa, através de uma estrutura de empresas sediadas nos Emirados Árabes Unidos.

Entre 2017 e 2022, as principais sociedades do universo empresarial de Vaz Antunes realizaram cerca de 660 milhões de euros em negócios com a Altice – 474,8 milhões foram faturados por quatro empresas sediadas na Zona Franca da Madeira. A mais ativa foi a Edge Technology, com 268,9 milhões de euros, cuja gerente é Melissa Antunes, filha de Vaz Antunes. As autoridades investigam, neste processo, uma fraude fiscal de mais de 100 milhões de euros.