Operação internacional desmantela rede multimilionária de lavagem de dinheiro russa

Agentes alegadamente responsáveis ​​por uma rede multimilionária de lavagem de dinheiro russa — usada por traficantes de drogas, criminosos financeiros e espiões estrangeiros — foram sancionados e presos numa investigação internacional coordenada liderada pela Agência Nacional do Crime (NCA).

O órgão de aplicação da lei do Reino Unido, que lida com crimes sérios e organizados, salientou que as ações constituíram a “operação de lavagem de dinheiro mais significativa” que realizou nos últimos anos – e para tal contou com a colaboração do FBI (‘Federal Bureau of Investigation’), da Direction Centrale de la Police Judiciaire, de França, e a Garda, da Irlanda.

Segundo os investigadores, as redes lavaram dinheiro e criptomoedas para gangs criminosos organizados no Reino Unido, mas também grupos de hackers russos, que extraem pagamentos de resgate de empresas após desativar as suas redes de computadores, bem como “elites russas que procuram contornar as sanções”, inclusive no Reino Unido – a agência destacou que o esquema tinha também sérias implicações na vida real, pois estava diretamente ligado à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas nas ruas britânicos.

A Operação ‘Destabilise’ identificou os supostos chefes das redes de lavagem de dinheiro e resultou na prisão de 84 pessoas, além da apreensão de mais de 20 milhões de libras em dinheiro e criptomoedas, relatou a NCA.

“A Operação ‘Destabilise’ expôs redes de lavagem de dinheiro de bilhões de dólares operando de uma forma até então desconhecida pelas autoridades policiais ou reguladoras internacionais”, começou por referir Rob Jones, diretor-geral de operações da NCA. “Pela primeira vez, conseguimos mapear uma ligação entre as elites russas, os criminosos cibernéticos ricos em criptomoedas e os gangs de drogas nas ruas do Reino Unido. O fio que os unia — a força combinada dos supostos grupos de lavagem de dinheiro Smart e TGR — era invisível até agora.”

A Smart era administrada por Ekaterina Zhdanova, que nasceu na Sibéria e construiu uma vasta rede de contatos em Moscovo durante uma carreira em serviços financeiros, na qual apareceu nas capas de diversas revistas de negócios. A glamourosa empresária foi sancionada pelos EUA no ano passado e está atualmente sob custódia em França. O paradeiro do chefe da TGR, o empresário russo Georgy Rossi, é atualmente desconhecido.

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