‘Operação Influencer’. De um Peugeot 206 a salários milionários: Lacerda Machado viu rendimentos dispararem quando chegou à TAP

Diogo Lacerda Machado, arguido na ‘Operação Influencer’, viu as suas remunerações mais do que duplicarem a partir do momento em que foi nomeado para a administração da TAP SGPS, em 2018, segundo consta das declarações de rendimentos e património entregues pelo gestor no Tribunal Constitucional (TC).

De acordo com o jornal ‘Público’, o melhor amigo de António Costa recebia até então pouco mais do que 5.300 euros mensais, abaixo por exemplo de um secretário de Estado (6 mil euros brutos, já com despesa de representação), e declarou rendimentos totais entre 69 e 99,5 mil euros anuais.

No entanto, em 2022, Lacerda Machado entregou uma declaração – já fora do prazo legal – de rendimentos que dizem respeito a 2020 que totalizavam 262 mil euros, dos quais 223 mil dizem respeito a trabalho dependente. Na conta bancária à ordem estavam ainda 222.635 euros, assim como uma carteira de ações e aplicações financeiras desde 2010. Já tinha efetuado o pagamento ao banco do crédito à habitação e continuava a declarar a mesma casa no Lumiar de há 25 anos, assim como um automóvel – um Peugeot 206. Isto apesar de ser administrador de várias empresas internacionais.

Diogo Lacerda Machado, porém, não fez qualquer referência à sua atividade como consultor da Pioneer Point Partners, que exercia desde outubro de 2020, para o projeto de Sines, nem as ações que recebeu da ‘Start Campus’.

Diogo Lacerda Machado, um dos cinco detidos do processo para quem o Ministério Público tinha pedido prisão preventiva, acabou por ficar (tal como todos os outros arguidos) em liberdade, por decisão do juiz de instrução, mas ficou proibido de sair do país.

Esta investigação tornou-se pública com a operação realizada em 7 de novembro pelo MP, que envolveu 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas.

No total, há nove arguidos no processo, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

O processo está relacionado com a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

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