Operação de repatriamento: Primeiro grupo de portugueses já saiu do Líbano e chegou a Chipre

O primeiro grupo de cidadãos portugueses que se encontrava no Líbano já foi retirado com sucesso e encontra-se agora em segurança em Chipre. Esta operação de repatriamento, conduzida pela Força Aérea Portuguesa, surgiu no contexto do agravamento do conflito na região, onde se teme uma potencial invasão terrestre israelita no Líbano, dado o aumento da tensão entre Israel e o Hezbollah.

Os cerca de 20 cidadãos portugueses, incluindo crianças, foram transportados num jato Falcon 50 da Força Aérea, que fez vários voos entre o Líbano e Chipre, adianta a CNN Portugal. A operação foi confirmada pelo Ministério da Defesa, que destacou a importância de garantir a segurança dos nacionais numa zona de crescente instabilidade. Após a aterragem no Aeroporto Internacional de Nicósia, os cidadãos serão encaminhados para Portugal em voos comerciais. Esta operação faz parte de um plano mais alargado que, além dos portugueses, prevê o apoio à evacuação de cidadãos espanhóis que se encontram nas mesmas circunstâncias.

Cooperação internacional e medidas de segurança
Este repatriamento resulta de um plano anunciado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que durante a sua passagem por Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, garantiu que o Governo português tinha prontos mecanismos para retirar os portugueses que desejassem abandonar o Líbano. Montenegro destacou a colaboração estreita com outros países da União Europeia para a execução deste plano, sublinhando que a segurança dos cidadãos portugueses era uma prioridade máxima, especialmente tendo em conta a escalada de violência na fronteira israelo-libanesa.

“O Governo tem estado em contacto com todos os portugueses identificados no território libanês, assegurando o apoio necessário à sua retirada conforme a evolução da situação no terreno”, afirmou o primeiro-ministro, reforçando a importância da cooperação internacional nesta operação.

O contexto do conflito
A retirada dos portugueses ocorre num momento de intensificação do conflito entre Israel e o Hezbollah, com bombardeamentos diários a partir de 7 de outubro, data em que o Hamas lançou um ataque em solo israelita, despoletando a atual guerra na Faixa de Gaza. Desde então, as hostilidades entre Israel e o Hezbollah, a milícia xiita com forte presença no Líbano, têm-se agravado, com ataques e retaliações constantes de ambos os lados. Nos últimos dias, Israel aumentou significativamente os ataques contra posições do Hezbollah no sul do Líbano, ao mesmo tempo que desloca operações militares para o norte de Israel, numa tentativa de conter a ameaça ao longo da fronteira.

Esta situação tem forçado milhares de civis a abandonar as suas casas, tanto em Israel quanto no Líbano, devido ao risco de escalada militar. Chipre, o país da União Europeia mais próximo do Médio Oriente, tem servido como ponto de apoio logístico para várias operações de evacuação de cidadãos europeus.

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