Operação Concerto: empresas de comunicação de Luís Bernardo e João Tocha faturaram 7,1 milhões de euros em contratos suspeitos com entidades públicas

As empresas de comunicação de Luís Bernardo e de João Tocha, que foram alvo das buscas, esta quinta-feira, pela Polícia Judiciária, faturaram 7,1 milhões de euros com o Estado, com negócios realizados entre 2012 e 2024 – a ‘Wonderlevel Partners’ (WLP), do antigo assessor de José Sócrates e ex-diretor de comunicação do Benfica, ganhou 3,6 milhões de euros através de 100 contratos por ajuste direto e consulta prévia. Já a ‘First Five Consulting’, do amigo de Luís Bernardo, faturou 3,5 milhões de euros, indica esta sexta-feira o ‘Correio da Manhã’.

As autoridades acreditam que os dois empresários terão criado um esquema de viciação das regras da contratação pública, com o objetivo de ganharem à vez contratos para liderar a comunicação de entidades públicas: terão sido vários os concursos de consulta prévia em que surgiram em simultâneo, alegadamente como concorrentes – as empresas ‘Remarkable’, de um sócio de Tocha, e a ‘Sentinelcriterion’, de um sobrinho de Luís Bernardo, também são suspeitas.

O Ministério Público suspeita que, em alguns casos, as empresas não chegaram sequer a apresentar uma proposta ou fixaram valores mais baixos, tudo parte de um plano para garantir a escolha do vencedor.

Recorde-se que esta quinta-feira a Polícia Judiciária “através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu à realização de uma operação policial que visou a execução de 34 mandados de busca e apreensão, 10 buscas domiciliárias e 13 não domiciliária em organismos públicos, e 11 buscas não domiciliárias em empresas, em Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra”, refere, em comunicado.

“No âmbito de inquérito dirigido pelo DCIAP, investigam-se factos suscetíveis de enquadrar a prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes (titulares de cargos políticos) e abuso de poder (regime geral)”, apontam as autoridades, salientando que “em causa estão fortes suspeitas de favorecimento de empresas do setor da comunicação, publicidade, marketing digital e marketing político, por parte de diversas entidades públicas”.

Megaoperação visa ex-diretor de comunicação do Benfica: PJ realiza buscas na sede da empresa de Luís Bernardo por suspeitas de corrupção

Ler Mais