OPEP+ acorda aumentar produção de petróleo, mas não será suficiente para baixar os preços

A organização anunciou esta quinta-feira, dia 5 de maio, que em junho irá aumentar a produção em mais 432 mil barris diários. Analistas acreditam que a medida não terá praticamente qualquer efeito no aumento da oferta mundial, nem na descida dos preços.

Da reunião de hoje dos ministros dos Estados-Membros da OPEP+, que agrega os 13 países que mais exportam petróleo a nível mundial e seus aliados, saiu um consenso que procura dar continuidade ao plano para aumentar gradualmente a produção, aliviando lentamente os cortes rígidos que tinham anteriormente sido implementados pela organização para fazer frente às quebras na procura sentidas em 2020, durante os períodos mais críticos da pandemia e dos confinamentos generalizados.

Contudo, alguns analistas acreditam que a intenção da OPEP+ é manter a oferta constrangida, para que os preços do petróleo não desçam. O analista Ajay Parmar, da especialista em mercados ICIS, citado pela ‘CNBC’, sublinha que “é pouco provável que a OPEP+ aumente mais a oferta no mercado para resolver quaisquer limitações, pois [os países membros da organização] estão muito contentes com os preços acima dos 100 dólares por barril”. O analista prevê que esse aumento a “conta-gotas” manter-se-á durante todo o ano de 2022.

O encontro da OPEP+, que conta com a participação da Rússia, acontece um dia depois da Comissão Europeia ter anunciado que iria abandonar totalmente os produtos energéticos russos até ao final do ano.

À ‘Reuters’, o analista Callum Macpherson, da Investec, afirmou que “a OPEP+ continua a ver isto [escassez na oferta de petróleo e aumento dos preços] como um problema criado pelo próprio Ocidente e não como um real problema de oferta ao qual deveria responder”.






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