OMS mantém mpox como emergência de saúde pública internacional
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou esta sexta-feira que a mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) continuará a ser considerada uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII). A decisão foi tomada após a reunião do Comité de Emergência da organização e confirmada pelo diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que destacou o aumento contínuo de casos e a expansão geográfica do vírus.
The WHO Director-General, agreeing with the advice of the IHR Emergency Committee, has determined that the upsurge of #mpox continues to constitute a public health emergency of international concern.
The decision was based on the rising number and continuing geographic spread… https://t.co/HaZGV2BKuT
— World Health Organization (WHO) (@WHO) November 22, 2024
Esta foi a primeira reavaliação desde que a OMS declarou novamente a mpox como emergência internacional, em agosto deste ano. Na altura, Tedros alertou para o aumento significativo de infeções na República Democrática do Congo (RDC), a disseminação do vírus para novos países e a descoberta de uma nova variante mais perigosa, denominada Clado 1b, que começou a espalhar-se predominantemente por vias sexuais.
Na decisão mais recente, Tedros enfatizou os desafios operacionais enfrentados no combate à doença, bem como a necessidade de uma resposta coordenada entre países e parceiros. “Os números crescentes e a contínua disseminação do vírus exigem esforços sustentados e uma abordagem coesa”, afirmou.
O Comité de Emergência, composto por 16 especialistas, irá publicar um relatório detalhado com recomendações na próxima semana.
De acordo com a última atualização da OMS, a República Democrática do Congo continua a ser o epicentro do surto, tendo registado, só este ano, mais de 39 mil casos e mil mortes. Estes números representam a vasta maioria das infeções notificadas em África, que totalizam cerca de 50 mil casos.
Além disso, países como Burundi, Quénia, Ruanda, Uganda, Zâmbia e Zimbabué, que até então não tinham relatos da mpox, registaram os primeiros diagnósticos da doença.
Embora a vacinação tenha desempenhado um papel crucial no controlo da mpox em outras partes do mundo, a sua implementação em África tem enfrentado atrasos significativos. Na RDC, a campanha de vacinação só teve início a 5 de outubro, dois meses após a declaração de emergência internacional. A operação contou com o apoio da Unicef, da Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi), da OMS e do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África (Africa CDC).
Os desafios logísticos e o acesso desigual a vacinas são um problema recorrente no continente africano, que historicamente sofre com a incidência de surtos de doenças virais. Especialistas alertam que é essencial acelerar a distribuição de vacinas e reforçar a infraestrutura de saúde pública para conter a disseminação da mpox.