Oferta mundial de petróleo pode ser ainda mais pressionada por conflitos na Líbia

Desde o final de abril que o governo da Líbia tem estado a braços com perturbações na ordem interna. Grupos tribais que se opõem à administração liderada pelo Primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibeh têm tomado o controlo de instalações petrolíferas, interrompendo a produção.

Dados recolhidos pela ‘Bloomberg’ dão conta de que em abril a Líbia vendeu 819 mil barris diários de petróleo, face aos 979 mil diários do mês anterior, o que reduziu o fornecimento de combustíveis a alguns dos seus maiores compradores, como a Itália, a Espanha e a China.

A Líbia é um dos 13 membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que, no seu conjunto, detém 80% das reservas mundiais de petróleo e, de acordo com dados do ‘Council on Foreign Relations’, representa cerca de 40% da oferta mundial de petróleo.

Para abril, a OPEP tinha previsto o aumento do número de exportações em mais de 250 mil barris diários, mas veio a verificar-se que esse aumento se ficou pelos 40 mil, segundo a ‘Reuters’. Apesar de alguns países da OPEP, como a Arábia Saudita, terem aumentado o seu volume de exportações, as dificuldades sentidas na Nigéria e, especialmente, na Líbia anularam, na prática, esses aumentos.

Um relatório de março da Agência Internacional de Energia avançava que a OPEP pretendia continuar a seguir o seu plano para aumentar a oferta de petróleo em “quantidades mensais modestas”. No entanto, com os problemas em alguns países membros, como a Líbia, não está a conseguir dar resposta às metas traçadas.

Com os preços do petróleo a manterem valores acima dos 100 dólares por barril e com uma oferta estrangulada nos mercados internacionais devido às perturbações causadas pela guerra na Ucrânia, podemos não ver para já uma redução orgânica dos preços do petróleo.

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