OE2023: “Proposta é claramente um orçamento de contenção”, afirma presidente da ANJE

Em meados de setembro, a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) reagiu ao pacote de medidas do Governo de apoio às empresas, aplaudindo as medidas governamentais mas pedindo mais desagravamentos e incentivos fiscais, mas considerou que o pacote foi “tardio e insuficiente” em comparação com o aumento dos custos motivado pela guerra na Ucrânia e pelas perturbações ainda presentes nas cadeias de abastecimento provocadas pela pandemia.

Já na semana passada, depois de o Governo ter entregue na segunda-feira na Assembleia da República a proposta para o Orçamento do Estado para 2023, a associação congratulou-se “com a anunciada redução seletiva do IRC, que premeia as empresas que valorizem os salários e invistam em investigação e desenvolvimento”.

Em declarações à ‘Executive Digest’, Alexandre Meireles, presidente da ANJE, indicou a importância dos dois documentos apresentados na semana passada: o acordo para a melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade e a proposta de Orçamento do Estado para 2023, mas acrescentou que as medidas ficaram aquém.

“Claro que condicionados pela crise inflacionista e pelo controlo das contas públicas, acabam por apresentar medidas que ficam aquém do que a economia necessita para fazer face à atual conjuntura adversa. Por exemplo, a proteção das famílias e das empresas perante a escalada da inflação foi também penalizada pelo equilíbrio nas contas públicas. Esta proposta é claramente um orçamento de contenção.”

Sobre a medida que consideram mais significativa, Alexandre Meireles volta a mencionar a redução seletiva do IRC, dizendo que “é um bom complemento do recente pacote de medidas governamentais, desde que não se trate de uma solução fiscal complexa e pouco acessível às empresas, como muitas vezes acontece no nosso sistema tributário”.






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