OE2022: Governo quer sanear divida histórica da CP

A proposta do Governo para o Orçamento de Estado de 2022 (OE2022) prevê o saneamento de mais de 85% da dívida histórica da CP, revela a edição desta segunda-feira do Correio da Manhã (CM). A companhia deve 1,7 mil milhões de euros à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), 100 milhões ao Banco Europeu de Investimento (BEI) e  2,1 mil milhões ao Estado.

“O saneamento da dívida da CP é uma mera operação contabilística: a dívida deixará de estar no balanço da CP e passará a ser do Estado. Com esta medida, a CP ganhará mais autonomia de gestão e poderá obter financiamento no mercado. A CP está no perímetro orçamental do Estado e a sua dívida conta para efeitos de dívida pública” escreve o mesmo jornal.

O Primeiro-ministro, António Costa, na semana passada durante o debate parlamentar que tinha “particular pena” da saída de Nuno Freitas da presidência da CP e elogiou o trabalho do executivo “foi muito bom”.

No entanto, o chefe de Governo fez questão de sublinhar que  “não está em causa a grande prioridade que o Governo dá à ferrovia”,  tendo elencado os novos investimentos do ministério das Infraestruturas e Transportes de Pedro Nuno Santos.

O lamento de Costa serviu de resposta a José Luís Ferreira dos Verdes que acusou o Governo de “asfixiar financeiramente” a empresa que gere os comboios de Portugal.

Nuno Freitas terminou, por vontade própria e antes do tempo, o mandato de presidente da CP. Em entrevista ao jornal ‘Público’, o gestor dá a missão como cumprida mas lamenta “não ter conseguido sanar dívida histórica da CP” nem de “retirar a empresa do perímetro orçamental”.

“Ainda que sem ilusões, o tempo era curto e não foi uma prioridade estabelecida desde o início, lamento que não tenhamos conseguido sanar a dívida histórica e tirar a CP do perímetro orçamental do Estado. Enquanto estes dois pressupostos não estiverem minimamente controlados, a CP enfrentará grandes dificuldades processuais. Estes dois passos são fundamentais para que a CP possa ter futuro”, refere Nuno Freitas.

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