Ocidente quer “sufocar” a Rússia e está a conseguir. Sanções fazem navios da “frota fantasma” de Putin andar à deriva no Ártico

Uma grande acumulação de gás no Ártico está a testar a eficácia das novas sanções dos EUA sobre a frota sombra de gás russa, revelando desafios significativos para a Rússia. Desde que começaram a ser impostas há alguns meses, as sanções têm colocado a frota paralela, dedicada ao transporte de gás, em dificuldades crescentes. A incapacidade de vender o gás acumulado e os movimentos erráticos dos navios mostram as dificuldades enfrentadas para atingir os destinos de exportação.

O Gabinete de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) dos EUA anunciou recentemente novas medidas para “sufocar” a receita da Rússia, limitando o orçamento de guerra do país. Estas sanções, que já atingiram quase 400 entidades e pessoas, também se dirigem a vários navios envolvidos no transporte de gás russo. Entre os sancionados estão os transportadores de GNL Asya Energy, Everest Energy, Pioneer, North Way, North Sky, North Mountain e North Air, bem como três entidades com sede em Dubai, Índia e China.

As novas medidas concentram-se em entidades e ativos que apoiam o projeto Arctic LNG 2, uma das principais iniciativas de Putin para exportar gás. Este projeto, inicialmente visto como uma peça chave para a Rússia, tinha como objetivo representar um quinto da meta anual de produção de GNL até 2030. Contudo, o impacto das sanções já é visível, como conta o ‘elEconomista’.

Os analistas indicam que a Rússia tem enfrentado dificuldades para encontrar compradores para o gás sancionado, o que resultou em grandes acumulações em instalações de armazenamento. Imagens de satélite mostram navios, como o Everest Energy, encalhados no Mediterrâneo e no Ártico, incapazes de descarregar ou encontrar novos clientes. A situação foi agravada pelo uso de navios não preparados para as duras condições do Ártico e pela necessidade de manobras arriscadas para ocultar a origem das cargas.

As sanções também afetaram empresas como a chinesa Wison New Energies, que anunciou a suspensão de todas as suas operações e projetos russos. A crescente cooperação entre Rússia e China, baseada na necessidade mútua, enfrenta agora um grande impacto devido às medidas ocidentais.

Enquanto a Rússia tenta contornar as sanções através de métodos como o transporte de GNL de navio para navio, esses esforços estão longe de ser eficazes. A complexidade e os riscos associados a essas operações revelam a profundidade das dificuldades que Moscovo enfrenta. A falta de regulamentação e a insegurança das tripulações são preocupações adicionais, demonstrando que o impacto das sanções é profundo e abrangente.

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