O turismo está descontrolado. Países já não têm medidas suficientes para controlar o fluxo de visitantes. O que pode ser feito?

O boom do turismo pós-pandemia está a gerar uma crise global de sobrelotação em destinos icónicos como Roma, Veneza, Amsterdão, Paris ou Nova Iorque. Estão a ser implementadas medidas drásticas, mas com resultados mistos até agora.

Em resposta ao influxo massivo de turistas, foram adotadas medidas como impostos adicionais, restrições a navios de cruzeiro e taxas hoteleiras. No entanto, muitas dessas iniciativas têm mostrado pouco sucesso na contenção da sobrelotação, conta o ‘El Pais’.

Por exemplo, o Japão eliminou ofertas ilegais no Airbnb sob ameaça de fechar operações, enquanto o Butão introduziu um imposto de 200 dólares por dia por turista para desencorajar a chegada massiva de estrangeiros.

Já em Espanha, nas Ilhas Baleares implementaram uma ecotaxa e congelaram o número de alojamentos turísticos, mas enfrentam aumento recorde de chegadas de turistas, enquanto em Barcelona foram aprovadas moratórias hoteleiras e está planeado eliminar todas as casas de férias dentro de cinco anos.

Do outro lado do Atlântico, em Nova Iorque, a cidade proibiu o arrendamento para turistas, aumentando a ocupação hoteleira e elevando os preços médios dos quartos

Apesar das medidas, os críticos apontam que o crescimento desenfreado do turismo está a afetar negativamente a qualidade de vida dos residentes locais. Isto tem resultado em protestos em várias regiões contra a turistificação, destacando problemas como o aumento desproporcional de apartamentos de férias e a pressão sobre a habitação acessível.

O debate sobre como gerir o turismo de forma sustentável continua. Enquanto alguns destinos procuram limitar o número de voos e navios de cruzeiro, outros exploram taxas adicionais para visitantes de um dia e planos para tornar o turismo mais sustentável a longo prazo.

A gestão do turismo tornou-se uma questão crítica para os governos e comunidades locais, exigindo soluções inovadoras e cooperação internacional para mitigar os efeitos da sobrelotação e preservar o equilíbrio entre o turismo e a qualidade de vida local.

 

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