“O tema de sustentabilidade deve estar no core da estratégia das empresas”. Qual a importância deste vetor para a economia?

João Mestre, Head of Sustainability da Fidelidade e Miguel Fonseca, Administrador da EDP Comercial, abordaram “A importância da sustentabilidade e da transição energética: Tema chave para o nosso crescimento e sucesso” na XXIV Conferência Executive Digest.

Miguel Fonseca considera que “o tema de sustentabilidade deve estar no core da estratégia das empresas”. No entanto, sublinha que este é um setor com diversas dificuldades, nomeadamente na retenção de talento e na resposta às exigências verdes dos clientes, e as “empresas que entregam este valor são as mais bem-sucedidas”.

O responsável apontou os objetivos de sustentabilidade da EDP, sendo eles: até 2025 eliminar produção elétrica com carvão; até 2030 fazer produção com origem renovável; ser totalmente neutro em carbono em 2040.

“A transição energética já faz sentido económico”, sublinha Miguel Fonseca, acrescentando que as empresas devem apostar em projetos de eficiência e autoconsumo.

Para João Mestre, a transição energética só é importante porque existem pessoas no mundo. “Para nós o tema social é o mais importante”, sublinhou.

O Head of Sustainability da Fidelidade sublinhou ainda a necessidade de as empresas pensarem numa transição energética justa, ou seja, “como é que, no setor dos seguros, conseguimos contribuir para a transição energética, mas sem agravar os problemas económicos e sociais dos problemas”.

E como é que o setor segurador pode contribuir para a transição energética? “O primeiro passo deve ser calcular a pegada de carbono, e depois reduzir essa pegada. No nosso caso, estamos a investir em projetos de carbono”.

Qualquer entidade que esteja a investir neste tema são clientes/investidores, porque estão a promover que esta tecnologia ocorra, sublinha.

Há um risco enorme na transição energética, e é preciso entender este risco. E há um caminho que as empresas, e o segurador está a fazer, que é excluir setores, “mas não acreditamos que esse seja o caminho correto”, destaca

“A nossa responsabilidade é trabalhar em conjunto com as empresas para ensinar qual o caminho que estas devem fazer”, explica.

E que oportunidades é que Portugal não pode desperdiçar? Miguel Fonseca sublinha que vamos ter que acelerar o investimento na área energética em três vezes, e também apostar na inovação e em tecnologias para entregar essa evolução. Já João Mestre considera que é importante direcionar ativos para os projetos de sustentabilidade.

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