O solo português traz inovação

banner-geoinerteMicroempresa com sede em Fafe desenvolve soluções pioneiras a nível nacional no sector dos refractários. As suas soluções possibilitam a substituição de importações. A empresa está com os olhos na internacionalização e promete criar novos postos de trabalho em tempo de crise e desemprego.

A empresa GEOINERTE é pioneira a nível nacional no desenvolvimento de materiais que resistem até 1.850 graus centígrados. A empresa com sede em Fafe produz uma vasta gama de produtos e soluções técnicas para equipamentos ou produtos que sofrem temperaturas elevadas, como por exemplo: fornos industriais, lareiras domésticas, caldeiras, recuperadores de calor, etc…

As soluções desenvolvidas pela GEOINERTE são argamassas e betões refractários, cuja composição é feita a partir da mistura de vários minerais entre outros componentes. De salientar que a aposta da empresa passa pelos minerais nacionais, alguns dos quais possuem propriedades físicas, mecânicas e químicas únicas. A exploração e aproveitamento destes minerais e a exportação das soluções desenvolvidas a partir destes é uma mais-valia para o nosso país. Do mesmo modo, com o aparecimento da GEOINERTE as empresas nacionais que lidam com temperaturas elevadas (siderurgias, cerâmicas, refinarias, fundições, cimenteiras) deixam de estar obrigadas a adquirir estes materiais a empresas estrangeiras. A GEOINERTE tem sido procurada por empresas portuguesas que até aqui não tinham outra alternativa a não ser importar. A proximidade é igualmente um trunfo importante. A deslocação de equipas fica muito onerosa e não possibilita uma resposta rápida; a GEOINERTE está mais próxima permitindo um acompanhamento regular dos clientes. Este factor associado ao carácter inovador das soluções desenvolvidas pela empresa abre o mercado nacional à GEOINERTE.

Muito embora seja uma empresa muito recente (fundada apenas em 2007), a empresa tem assistido ao aumento permanente do seu volume de negócios, do qual actualmente 20% é para exportação. A empresa emprega actualmente apenas seis colaboradores. Tendo em consideração a evolução da actividade é de esperar que num futuro próximo a estrutura venha a ganhar outra dimensão. Numa altura de crise e desemprego a empresa cresce e cria novos postos de trabalho.

No médio / longo prazo a exportação deverá representar mais de metade do volume de negócios. Os mercados Espanhol e Francês são uma prioridade.

Solução 100% Nacional

Para além de ser a primeira empresa Portuguesa a produzir, em território nacional, argamassas e betões refractários, a GEOINERTE recorre igualmente a minerais existentes em Portugal no desenvolvimento das suas soluções. “Estamos assim perante uma solução 100%como refere David Alves (sócio da empresa). Jorge Freitas, o outro sócio da empresa nacional diz-nos igualmente que “Portugal é rico em alguns componentes como a Sílica. No entanto, esta tem sido apenas utilizada para a construção civil e filtragem de água. Este é um dos componentes que utilizamos no fabrico dos nossos produtos“.

O início do projecto

A sociedade entre David Alves e Jorge Freitas resulta de um acaso. David Alves descendente de portugueses e nascido em França, trabalhou neste país no sector dos betões refractários. Simultaneamente, participou em projectos de investigação e desenvolvimento relacionados com os minerais existentes no solo português. Tendo identificado uma oportunidade de negócio, deixa França e ruma a Fafe. Aqui, enquanto procurava um armazém na zona industrial, acabou por conhecer Jorge Freitas (dono da empresa NORCHAPA, localizada no Parque Industrial do Socorro em Fafe). Este encontro acabou por ser o início da GEOINERTE.

A colaboração com o CTCV (Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro) revelou-se proveitosa.

A empresa estudou e analisou juntamente com o CTCV os minerais nacionais que podiam ser utilizados no desenvolvimento dos seus produtos e de que forma. A análise minuciosa das características químicas e físicas possibilitou à GEOINERTE ser bem sucedida onde muitas outras empresas falharam.

Actualmente a empresa produz betões refractários, peças pré-fabricadas, tintas e colas refractárias, isolamentos térmicos e resistências para fornos eléctricos e de indução e de tratamento térmico. A empresa também concebe e reconstrói fornos.

Na calha estão vários outros projectos que possibilitarão à empresa alargar o seu leque de soluções no domínio dos refractários.

O que é nacional é bom

Segundo David Alves as empresas portuguesas têm tudo para competir a nível internacional.

 “Os nossos trabalhadores e os nossos empresários são capazes de competir globalmente, assim tenham condições. Em Portugal assiste-se permanentemente a uma lógica de pessimismo que tem de ser invertida. Tudo é possível com trabalho e com a procura permanente da inovação e da diferenciação face aos concorrentes. É necessário compreender o que o cliente precisa e procurar soluções inovadoras de forma a estar permanentemente um passo à frente da concorrência. E é essa a lógica subjacente a todo o projecto GEOINERTE. Muito trabalho e muita investigação”, refere David Alves.

GEOINERTE – O Futuro

Actualmente a empresa pretende apostar no mercado nacional, possibilitando produtos e soluções nacionais aos seus clientes que até aqui as procuravam no exterior, como resultado da inexistência de empresas nacionais a operar neste sector. Muito embora esta aposta, a empresa sabe que o seu futuro passa pela internacionalização. O mercado nacional é pequeno e a empresa precisa alargar o mercado potencial de forma a rendibilizar a actividade. Os

mercados espanhol e francês serão uma prioridade mas vários outros serão alvo de prospecção num futuro próximo. De referir que presentemente a empresa já exporta 20% do seu volume de negócios.

Em 2010 a empresa irá desenvolver mais dois projectos de investigação e desenvolvimento.

 

O primeiro é um projecto de inovação cujos principais objectivos estão intimamente ligados ao objectivo inicial da empresa. O projecto tem como designação: “O solo português traz inovação”. O segundo projecto tem como objectivo a investigação e desenvolvimento de novos produtos à base de sílica para aplicação na indústria de fundição.

Estes projectos contam com o apoio do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). Muito embora o futuro da empresa seja promissor, os empresários querem crescer sustentadamente. “O ano de 2010 é um ano de abertura de novos clientes, fidelização dos que refere David Alves. têm vindo a escolher a GEOINERTE e igualmente um ano de forte investigação. Temos condições para estar bem nos próximos anos, mas temos que olhar para o futuro e criar condições para nos mantermos competitivos. Em relação à internacionalização, iremos manter alguns contactos e os clientes que actualmente possuímos, mas pensamos que neste momento a aposta deve estar no mercado nacional. 2011 poderá ser o ano de uma aposta séria na internacionalização da empresa”,

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