“O que as empresas precisam para contribuir para a reindustrialização é de alguma estabilidade em termos fiscais”, admite Luís Bastos

Luís Bastos, Digital Industries Country Head da Siemens, destaca a importância de as empresas terem um maior peso na economia do nosso país, e para isso traça um conjunto de desafios que estas enfrentam no caminho para conseguir escala.

O especialista sublinhou durante a XXVI Conferência Executive Digest a importância de aumentar a importância da indústria no PIB nacional, visto que Portugal está abaixo da média europeia (20%), com 17,5%. “Podemos ter essa ambição. Temos todas as razões para isso”, diz.

Para ele, Portugal tem, neste momento, uma centralidade que não teve no passado, tem condições únicas em termos de recursos humanos, estabilidade e a geração mais preparada de sempre em termos de formação académica.

“O que as empresas precisam para contribuir para a reindustrialização é de alguma estabilidade em termos fiscais, bem como de uma simplificação das políticas fiscais e laborais”, sublinha Luís Bastos.

Atualmente, a Siemens tem conseguido atrair e captar para Portugal vários centros de competências nas áreas core de transição digital, que é necessária para esta sustentabilidade e para conseguir tornar as nossas empresas mais ágeis e competitivas neste panorama internacional. Estes centros de competência centram-se em diversas competências como Edge, Digital Twin, Metaverso, cibersegurança, automação, de Portugal para o mundo, com 63 nacionalidades no Campus de Alfragide. “Não são só engenheiros portugueses, são engenheiros do mundo que vêm trabalhar para Portugal”.

No âmbito do crescimento, a palavra-chave é cooperação. Nesse âmbito, a Siemens criou um ecossistema de empresas, tendo criado uma plataforma onde integram os parceiros que são reconhecidos e certificados, e onde a partir daí é possível que as empresas ganhem visibilidade e escala.

Recorda que, no passado, trabalhavam de forma muito vertical, onde um headquarter decidia quais as tendências utilizadas no mundo. Atualmente é diferente, isso está disperso, e tirando o potencial deste ecossistema, e Portugal é um deles, vão surgindo ideias que são testadas e posteriormente espalhadas pelo mundo.

“A sustentabilidade é a base e a razão de tudo, a transição digital é a chave, há que dar apoio às empresas nesse sentido, mas é preciso simplificação fiscal e laboral”, termina.

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