O peso da tecnologia no ambiente: data centers da Google custam milhões de litros de água

A utilização da Internet está a aumentar e com ela a necessidade de guardar dados. Os data centers parecem ser, para já, a melhor solução mas os custos para o ambiente não são pequenos: segundo a Bloomberg, os centros da Google, por exemplo, implicam milhares de milhões de litros de água, que a tecnológica vai buscar (pelo menos em parte) a fontes públicas que já sofrem dificuldades.

A agência noticiosa dá conta de um caso em concreto, que remonta a meados do ano passado. A Google propôs a construção de um data center gigante no estado norte-americano do Arizona, mais concretamente na cidade de Mesa, sendo que o acordo estabelecido garantia à empresa o acesso a perto de 4 milhões de litros de água por dia para arrefecer os sistemas. Caso o data center atinja objectivos especiais, o acordo aumenta o limite de água disponível para cerca de 15 milhões de litros de água diários.

Estes centros são utilizados para assegurar serviços de cloud, por exemplo, mas também de publicidade online ou pesquisas. Tudo o que a Internet guarda tem de estar armazenado fisicamente: os ficheiros que os internautas guardam na “nuvem” para não sobrecarregarem os seus computadores podem estar armazenados num equipamento no meio do deserto.

A escolha do local de um data center deverá ser um dos principais aspectos a levar em consideração. Os desertos podem parecer apelativos por não terem populações por perto, mas também obrigarão a gastos mais elevados de recursos.

A procura crescente está a levar a Google a construir cada vez mais data centers e, embora tenha garantido ao longo dos anos que estas estruturas são eficientes a nível energético e amigas do ambiente, a Bloomberg indica que existem provas do contrário. A agência noticiosa fala mesmo de um segredo que a tecnológica procura guardar.

A Bloomberg sublinha que a Google encara o seu consumo de água um segredo de negócio pelo que se recusa a tornar os registos oficiais públicos. No entanto, têm sido divulgados alguns números, nomeadamente através de processos legais, que surpreendem. Só no ano passado, a Google pediu, ou recebeu, mais de 8,7 mil milhões de litros de água para data centers em três estados dos Estados Unidos da América.

Actualmente, a Google soma um total de 21 data centers, mas o número tem tendência para subir, uma vez que a empresa da Alphabet ambiciona concorrer com outros gigantes da cloud como é o caso da Amazon e da Microsoft.

A Google não parece concordar, contudo, com o cenário pouco sustentável que é descrito. Segundo Gary Demasi, senior director Energy & Location Operations da Google, a empresa orgulha-se da eficiência dos seus centros: «Temos trabalhado para reduzir o impacto ambiental, mesmo quando a procura pelos nossos produtos cresceu significativamente.»

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